O contrabando de cigarros é um problema recorrente no Brasil. Nos últimos 10 anos, o país deixou de arrecadar R$ 86 bilhões por conta da ilegalidade.
De acordo com informações do Instituto Ipec Inteligência, de todos os cigarros consumidos em 2021, no Brasil, 48% são contrabandeados. De acordo com Edson Vismona, presidente do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), um dos principais motivos para esse número expressivo é o preço, já que o cigarro ilícito é, em média, 65% mais barato em relação ao produto original.
“Tem o lado da demanda, a demanda é preço. O preço é afetado pelo tributo. Como no Brasil o imposto é muito alto e o sonegador não paga nada de imposto, qualquer aumento de impostos que tiver, o criminoso vai agradecer muito. Ele é favorecido pelo imposto alto.”
Após uma queda inédita de 8 pontos porcentuais em 2020, a pandemia e a alta do dólar contribuíram, pelo segundo ano seguido, no aumento do contrabando. Para o especialista, essa ação traz prejuízos para diversos setores.
“Isso demonstra a magnitude do que estamos falando. Nós temos diversos setores, dificilmente um setor produtivo hoje, no Brasil, não é afetado pela ilegalidade. Nós demonstramos com esses números a importância de combater esse mercado e afeta o nosso próprio futuro.”
Além disso, 88% dos cigarros ilegais são vendidos em comércios formais, como bares, padarias e mercadinhos. Por esses motivos, serão necessárias ações de longo prazo para que esse problema seja solucionado.