Os Cartórios de Campinas apontaram durante a pandemia um recorde de “pais ausentes”, com registros de crianças sem o nome paterno. Esses dados inéditos levantados pelos Cartórios de Registro Civil de Campinas apontam 1.3 mil crianças somente com o nome da mãe na certidão de nascimento. Esse número representa 4% dos recém-nascidos, e ocorre mesmo com uma redução na quantidade de nascimentos no município nos últimos 2 anos.
Para o diretor da associação de registradores das pessoas naturais da região de Campinas, Fernando Sartori, o principal motivo para este fenômeno é que durante a pandemia foi suspensa a atividade presencial de representantes dos cartórios dentro das maternidades, com o objetivo de facilitar os registros sem a necessidade do deslocamento do pais aos cartórios.
Para Sartori, a situação tende a ser regularizada com a redução nos índices da pandemia, que poderá facilitar o comparecimento dos pais nos cartórios para fazer o reconhecimento de paternidade. Em números absolutos, os 1.342 recém-nascidos em 2020 e 2021 foram registrados apenas com o nome da mãe em sua certidão de nascimento, sendo 666 no primeiro ano de pandemia, e 676 no segundo ano.
Esses dados recordes são verificados justamente nos anos com os menores números de nascimentos desde o início da série histórica dos Cartórios, em 2003, totalizando 17.394 registros em 2020 e 16.446 em 2022. Os dados constam nos dois novos módulos – “Pais Ausentes” e “Reconhecimento de Paternidade” – que acabam de ser lançados no Portal da Transparência do Registro Civil, uma plataforma nacional, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais.