O empresário Dirceu Santos Frederico Sobrinho confirma que os 77 quilos de ouro apreendidos pela Polícia Federal na Rodovia Castello Branco pertencem à empresa dele, e garantiu que a carga tem procedência legal.
Sobrinho disse que o ouro foi comprado com permissão, e que não pertence a nenhuma área indígena, nem a garimpos ilegais. Afirmou também que a empresa recolhe todos os tributos e encargos, e que vai continuar trabalhando.
A companhia, chamada FD Gold, tem uma ação judicial que suspende as operações no Pará, por suspeita de garimpo ilegal.
O Ministério Público Federal do Pará acusa a empresa de Sobrinho e outras duas do setor de terem despejado no mercado nacional e internacional mais de 4,3 mil kg de ouro ilegal em 2019 e 2020.
Só a FD Gold teria comercializado 1,3 tonelada de ouro, segundo o MPF, extraído de garimpos ilegais na região sudoeste do Pará.
Sobrinho é também dono de uma empresa de garimpo, e presidente da Associação Nacional do Ouro (Anoro).
O empresário recorre com frequência a policiais militares de folga ou licença para sua segurança pessoal e para reforçar a escolta de carregamentos de ouro.
Os quatro policiais, entre eles o tenente-coronel da Polícia Militar Marcelo Tasso, que atuava na Casa Militar, ligado ao governo estadual, foram convidados para fazer a escolta do ouro que chegaria a Sorocaba, por causa do alto valor da carga.
A Casa Militar é responsável pela segurança do governador.
O Palácio dos Bandeirantes informou que Tasso está afastado da função desde outubro do ano passado, pois vai se aposentar e tinha licenças pendentes.
Mesmo assim, ele teria informado ao governo que havia sido convidado pelo empresário para fazer a escolta e teria indicado mais dois policiais de sua confiança para o serviço.