O Departamento de Vigilância em Saúde da prefeitura de Campinas afirma que até agora não foi notificado de que há moradores da cidade com a hepatite misteriosa, mas está atento aos possíveis casos da doença.
O alerta está aceso depois que o Hospital de Clínicas da Unicamp tratou duas crianças que podem estar com a hepatite que não tem origem conhecida.
Uma das pacientes teve apenas fezes esbranquiçadas, e já teve até alta hospitalar – mas continua sendo monitorada por equipes do HC.
A outra teve a pele e olhos amarelados, febre e urina com cor escura.
O hospital não informou em quais cidades as crianças moram, nem idades e gêneros.
No país, um dos casos é o de uma adolescente de 14 anos, de Ibimirim, sertão de Pernambuco, que foi hospitalizada em coma e precisou passar por transplante emergencial de fígado.
O pediatra Pedro Telles afirma que casos registrados em todo o mundo até agora são poucos, e a maioria atingiu pacientes que tem doenças no sistema imunológico.
Apesar da hepatite misteriosa não ter a febre como um dos principais sintomas, a relação com o coronavírus é uma das hipóteses apuradas.
“As crianças que tiveram a forma grave da covid-19, tiveram hepatites, mas com febre. Essa não costuma ter febre”, afirma.
A avaliação é que o coronavírus — as sequelas da covid-19 — seja a causa mais provável por causar variações no sistema imunológico, porém são analisadas também infecções por adenovírus, que são extremamente comuns.
Até por isso, o pediatra lembra que os casos de hepatite em crianças não são raros, mas não graves como nesses casos registrados.
“As mais comuns são a hepatite A e E. Contra a A, que provoca inflamação do fígado e pode levar ao aparecimento de alguns sintomas como cansaço, febre baixa, dor de cabeça e na barriga, por exemplo, existe vacina disponível no Plano Nacional de Imunização”, explica.
No Estado de São Paulo são investigados 10 casos suspeitos da hepatite misteriosa, entre eles em Indaiatuba e Itatiba.