Dar o carro atual como parte da entrada na compra de um carro novo, ou até fazer o mesmo tipo de negócio envolvendo telefones celulares não são novidades. Estes tipos de negócios são considerados comum para estes bens. Mas é possível utilizar uma lógica similar também no mercado imobiliário. Há empreendimentos aceitando imóveis como garantia na hora da concessão de crédito para o financiamento imobiliário.
Plinio Di Giaimo, diretor de um loteamento em Campinas, explica que esta modalidade foi criada para facilitar o período de transição do cliente. “Todo cliente de um imóvel deste padrão já tem um imóvel, como acontece no mercado normalmente? O cliente compra o lote financiado, vende o imóvel que ele tem, vai morar num hotel, geralmente aluga uma casa, tem uma despesa alta com isso, vende a casa dele, pega o dinheiro, coloca na obra, e a gente sabe que isso gera muito estresse, é muito complexo, você tem de vender sua casa geralmente”
A intenção deste tipo de negócio é evitar justamente que o cliente precise se mudar antes da conclusão da obra do novo imóvel. “O cliente compra o lote da gente normalmente, na condição que ele quiser, o imóvel dele vem como garantia ao capital que vamos liberar para que ele construa a casa dele, ele tem até três anos para vender o imóvel dele, e ele pode sacar o dinheiro ou imediatamente, ou aos poucos, de acordo com o cronograma dele”. Neste caso, uma avaliação do valor de mercado do imóvel é realizada para determinar o montante a ser concedido como crédito. Caso a dívida não seja quitada após os três anos, e o cliente não quitar o empréstimo, o imóvel será adjudicado ao banco, assim como em outros tipos de operações.
E isso acaba sendo uma saída para aqueles que desejam trocar de casa sem sair da atual antes de se mudar para a nova. O advogado especialista em direito imobiliário, Luís Fernando Teixeira de Andrade, recomenda que nos casos em que um imóvel é vendido para o valor ser utilizado na compra de outro, a cessão do imóvel vendido só deve ocorrer justamente após o recebimento do imóvel comprado. “Você não deve entregar a sua casa antes de ter a segurança de que vai receber a que você está comprando, sob pena de no futuro você ter problemas, mas esse comprador vai ter que ter cuidados maiores ao fazer o negócio dessa forma, entregando sua casa como pagamento de parte da casa que ele está comprando”.
Segundo os dados mais recentes do Conselho Regional de Corretores de Imóveis, o CreciSP, o financiamento bancário é utilizado em 70% das aquisições de imóveis em Campinas e região.
