A Petrobras anunciou reajuste de 19% no preço de venda do metro cúbico de GNV, Gás Natural Veicular, para as distribuidoras brasileiras. Esse é o segundo aumento em duas semanas.
Em Campinas, os proprietários de veículos movidos a gás vão precisar desembolsar R$0,95 a mais por metro cúbico quando o valor for atualizado.
De acordo com a ANP, Agência Nacional do Petróleo, o preço médio cobrado pelo metro cúbico de GNV no município é de R$5,05, mas em alguns postos de abastecimento o valor chega a R$5,11.
Com o reajuste, o valor médio do metro cúbico de GNV deve passar a R$6,00.
Dono de uma oficina, José Antônio Polo afirma que os veículos a gás ainda são vantajosos porque um metro cúbico de GNV permite que um carro percorra 13 km, cerca de três quilômetros a mais do que um veículo faz com um litro de gasolina.
O empresário afirma que todos os meses atende cerca de 40 pessoas interessadas em instalar o Kit GNV e que a demanda não foi impactada pelos reajustes.
“O etanol e a gasolina estão subindo e o gás natural vai acompanhar, mas ele sempre vai ser mais barato, então eu acredito que vai continuar a procura pelo gás. Mesmo com o aumento do gás a demanda está bastante forte ainda”
O motorista José Ivaldo comprou um veículo a gás em 2019. Ele afirma que nos últimos três anos o preço para encher o cilindro de 12 metros cúbicos passou de R$25,00 para R$70 reais.
“Cada vez que eu abasteço eu estou sentindo no bolso e é um dinheiro que faz falta. A gente comprou o GNV para ser econômico, mas infelizmente está deixando a desejar porque [o preço] está subindo cada vez mais.”
De acordo com a Petrobras, as altas consecutivas são explicadas, principalmente, pelo encarecimento do do valor do barril de Brent e pela variação cambial, que faz o dólar oscilar. Atualmente, a moeda norte-americana está próxima dos R$5.
A Petrobras reitera que o aumento do metro cúbico do GNV começou a valer neste domingo, 1º de maio, no entanto, em alguns estados a alta não é imediata. Em São Paulo, a estatal estima que o consumidor industrial vai sofrer um aumento de 18% em junho, quando é feito o reajuste anual da tarifa da Comgás.
A Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) afirmou, em nota, que o aumento do preço do GNV não vai gerar lucro para as distribuidoras, já que somente o custo de operação vai ser repassado para a população.