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Após reajuste, preços da gasolina e do diesel disparam nos postos de Campinas

Foto: Guilherme Pierangeli

O reajuste anunciado pela Petrobras na gasolina e no diesel na última sexta-feira (17) já chegou às bombas nos postos de combustíveis de Campinas e região. Em Campinas os preços da gasolina variam, mas em postos com bandeira são encontrados, em média, por valores entre R$ 6,75 e R$ 6.99. Já o diesel está na casa dos R$ 7,30.

Quem depende dos combustíveis para trabalhar é quem mais acaba sentindo o reajuste. O engenheiro Feis Aguilar relata que costuma fazer o trajeto de Campinas à São Paulo a trabalho, e que o custo da viagem quase dobrou devido ao preço da gasolina. “Eu sou engenheiro, trabalho com obras, viajo bastante, 4, 5 mil km por mês, e isso é praticamente 50% do que faturo, uma viagem pra São Paulo, ida e volta, custava R$ 120, hoje custa R$ 230, então isso vai influir no preço nosso, não tem como não repassar”.

João Rodrigues utiliza um caminhão próprio para vender produtos, como uma cachaça que ele produz no interior de Minas Gerais. Ele afirma que antes a viagem para buscar o produto custava R$ 2 mil, e que agora tem saído por cerca de R$ 5 mil. “Eu vejo que não tem mais o que fazer, o cara que tem o caminhão tem de parar, o custo tá muito alto, pneu, manutenção, como faz no fim das contas? Todo mundo, quem faz frete, usa o caminhão pra serviço, não tem pra onde correr”.

Fabiano Pinheiro trabalha com mudanças, e afirma que os aumentos levam à redução da margem de lucro na prestação do serviço. “Aí fica difícil pra trabalhar, pois aí você não consegue repassar pro cliente, se não ele não fecha, tá difícil pra trabalhar, você enchia o tanque com R$ 300 hoje é R$ 500 e pouco”.

O Sindicato dos postos de combustíveis de Campinas e região, o Recap, repudiou o aumento. Emílio Martins, presidente do Recap, criticou o fato de reajuste ocorrer exatamente em um momento de grande expectativa sobre redução nos preços dos combustíveis. “O momento tá inoportuno, o país tá vivendo uma situação dramática, não se fala em outra coisa a não ser combustível, tudo mundo falando em cair imposto, e vem a Petrobras e faz um gigantesco aumento. Nós repudiamos o comportamento da maior petroleira do país”.

Após o reajuste ser criticado também pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo presidente da Câmara, Artur Lira, o então presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, anunciou a renúncia ao cargo na segunda-feira (20).

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