Centro de Campinas está “degradado”, mas promessa de revitalização existe

Foto: Valéria Hein

Andar pelo centro de Campinas é ver várias lojas que estão fechadas, com placa de “aluga-se”, “passa o ponto”, “vende-se”.

É um dos reflexos da pandemia de covid-19.

A crise econômica, o isolamento e as restrições de funcionamento acabaram por fechar diversos estabelecimentos na região mais importante da cidade.

Mas não foi apenas isso.

A própria doença também causou efeitos devastadores em alguns comércios.

O fechamento da J. Barcellos, tradicional loja de gravação de metais, é um exemplo disso.

Depois de 61 anos atuando na mesma Rua 13 de Maio, as mortes do fundador e do filho por covid-19, impediram que o estabelecimento continuasse aberto.

Analu Barcellos, nora de J. Barcellos, viveu três perdas em pouco espaço de tempo. A sogra, Dona Cecília, morreu após um AVC isquêmico. O J. morreu por covid-19, e, há quatro meses, o marido também perdeu a vida pelo coronavírus.

Em conversa com a CBN Campinas, ela disse que não tinha outra opção a não ser fechar a loja — o único funcionário, que estava há 40 anos no estabelecimento, já tinha pedido para se aposentar.

“Todos que vem aqui ficam tristes, choram, mas eu acho que o legado que a loja deixa aqui na Rua 13 de Maio é importantíssimo para a cidade. É também um sinal de respeito e de carinho pela família”, afirma.

Independentemente do motivo, o fechamento de lojas acaba prejudicando todos da rua, como afirma o atendente Luiz Carlos Pinto.

“Complica para todos, porque passa a impressão de que tudo está abandonado, né? Dá aquela sensação estranha”, disse.

As portas baixadas da J. Barcellos apenas se soma a outras lojas consideradas históricas que fecharam nos últimos tempos aqui na cidade, pelos mais variados motivos.

A padaria Orly, que funcionava na Rua Barão de Jaguara, ainda é lembrada por quem circula pela região, como a artesã Elaine Brito.

“Padarias, farmácias, lojas que tinham mais de 50 anos fecharam. Mesmo que em alguns lugares outros estabelecimentos abriram, a gente perde aquela sensação de proximidade”, argumenta.

O vereador Paulo Gaspar, que integra a Frente Parlamentar pela revitalização do Centro, disse, em entrevista ao CBN Campinas que não considera que a região está abandonada, e é que possível mudar o jogo.

“Estamos enfrentando um problema em Campinas, Brasil, mundo, que é a pandemia. Isso provoca alterações significativas na forma de vida, e as situações extremas acabam acontecendo. Temos que tentar lidar com isso da melhor forma, mas sabemos que não é rápido”, disse.

Um dos pilares da reestruturação da região central é o pátio ferroviário, na região do Viaduto Cury.

A prefeitura aguarda a União ceder o terreno para que várias medidas possam ser adotadas — inclusive a da instalação do shopping para os camelôs

Compartilhe!

Pesquisar

Mais recentes

Prazo para troca de cartões do vale-transporte de Piracicaba termina dia 31

Quase 300 toneladas de lixo são retiradas de rodovias administradas pela Via Colinas

Banco de Sangue em Americana faz alerta para estoques quase zerados

PODCASTS

Fale com a gente!

WhatsApp CBN

Participe enviando sua mensagem para a CBN Campinas

Veja também

Reportar um erro

Comunique à equipe do Portal da CBN Campinas, erros de informação, de português ou técnicos encontrados neste texto.