O número de Brasileiros com as contas atrasadas bateu um novo recorde. Segundo dados do Serasa Experian, o país tinha 66 milhões de inadimplentes em maio, o maior número de devedores desde 2016, quando o levantamento começou.
Na comparação com maio do ano passado houve aumento de 4 milhões de pessoas com o nome sujo. E desde janeiro deste ano o número de negativados aumentou quase 2 milhões de pessoas.
O Professor de Economia da PUC-Campinas, Paulo Oliveira, atribui o crescimento no número de inadimplentes ao aumento da taxa de juros e também da inflação. “A inflação afeta diretamente o poder de compra do consumidor, que acaba com o orçamento apertado, tornando-se inadimplente em relação à algumas dívidas, do outro lado você tem o aumento da taxa de juros que torna essa dívida mais cara, vira uma bola de neve, e a gente vai ver esses números subindo ainda nesse semestre, criando, infelizmente, possivelmente novos recordes.”
A soma das dos brasileiros dívidas chega a R$ 278 bilhões, uma média de R$ 4.179 por dívida. O segmento com a maior fatia das dívidas é o de bancos e cartões, que tem a receber 28,2% do total de dívidas dos brasileiros. Depois, vêm as contas básicas, como água, luz e gás, com 22,7%, o que professor afirma ser um dado preocupante. “Uma taxa bastante alta em contas de serviços básicos, como energia e água, 22,7% desses dados que o Serasa divulgou estão nesse setor, o que é preocupante, pois já não é mais o consumo supérfluo”.
São Paulo, o estado mais populoso do país, lidera o número de inadimplentes, com 15,6 milhões, seguido do Rio de Janeiro, com 6,7 milhões, e Minas Gerais, com 6,3 milhões. Na outra ponta está Roraima, o estado com menos negativados, com quase 219 mil.
