Há 15 dias promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, o Gaeco do Ministério Público, cumpriu mandados de busca e apreensão na Câmara de Vereadores de Campinas (na Ponte Preta e no Bento Quirino), na casa do presidente do legislativo, Zé Carlos, e na casa e escritório do subdiretor de Relações Institucionais da casa, Rafael Creato.
Foi aí quando vieram à tona denúncias de que Zé Carlos e Rafael Creato são suspeitos de corrupção passiva, ao pedir propina na hora da renovação para empresários que tem contratos terceirizados com a casa e eventualmente para novos acordos fechados durante o período em que ele está à frente do legislativo campineiro.
Porém, após duas semanas, pouca movimentação prática aconteceu.
A Câmara tentou abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito para também apurar as denúncias, mas a CPI empacou em seis assinaturas das 11 que são necessárias.
Zé Carlos se calou no dia da operação, nem foi à Câmara, mas, na quarta-feira seguinte apareceu e disse apenas que “todo mundo é inocente até que se prove o contrário”.
O vereador Marcelo Silva (PSD) disse aos microfones da CBN que ouviu os áudios da suposta cobrança de propina para a renovação de contrato do Grupo Mais Comunicação, que operacionaliza a TV Câmara.
Como o contrato é pago por produção feita, a tentativa de cobrar propina não deu certo.
O Ministério Público ainda está debruçado em documentos que foram apreendidos nas buscas, mas acredita ter certeza que outros empresários também foram “convidados” a pagar a mais para ter contratos renovados, sob “pena” de não prestar mais o serviço.
As defesas de Zé Carlos e Rafael Creato ainda analisam os documentos apresentados pelo MP e os áudios, e não se posicionaram mais oficialmente sobre o caso.
Enquanto isso, o presidente do legislativo não saiu da cadeira. Continua comandando a casa, normalmente, e vendo de camarote ações que acabaram por tirar o foco da Operação Lambuja, como o caso da discussão pós-debate no começo desta semana.