Devido à baixa vacinação contra a poliomielite, também chamada de paralisia infantil, a Prefeitura de Campinas deu início a uma força-tarefa para reforçar a necessidade da vacinação. A campanha de vacinação foi iniciada em agosto e foi prorrogada até dia 31 de outubro. Até o momento, somente 54% das crianças, compareceram aos centros de saúde. Perto de 32 mil crianças tomaram a vacina.
O público alvo é composto pelas crianças de 1 a 4 anos, e a meta considerada ideal é de 95% de cobertura vacinal. A última vez que a meta foi atingida em Campinas foi em 2018. Para efeito de comparação, em 2015, a cobertura em Campinas era de 101,7%, e no ano passado ficou em 82,8%.
Para melhorar esses números sendo adotadas várias estratégias, principalmente a busca ativa pelas pessoas ainda não vacinadas contra a doença, conforme detalha a Diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Andréa Von Zuben. “Estamos trabalhando com todas as crianças que estão com falta de alguma vacina, dividimos pelos 650 agentes comunitários da cidade e cada um ficará responsável pela busca ativa de 6 a 10 crianças, inclusive chamamos a campanha de ‘adote uma carteirinha’, no mínimo três tentativas, telefone, whatsapp, visita domiciliar, e tentar fazer a vacina”. Em caso de recusa, um questionário será aplicado aos pais ou responsáveis para entender as causas da recusa e também da queda na cobertura vacinal.
Segundo o Ministério da Saúde, pelo menos 80% dos municípios do país têm risco alto ou risco muito alto para a reintrodução da doença, e Campinas é um deles, devido ao alto fluxo de pessoas vindas do mundo todo. O vírus é transmitido por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes. “Ele é eliminado pelas fezes, a gente fala que a transmissão é fecal-oral, risco de contaminação de esgoto, de água, alimento, aí a pessoa leva o vírus à boca e volta a haver a transmissão, pra gente evitar a gente tem que manter nossas crianças vacinadas”, explica a diretora do Devisa.
Existem duas vacinas contra a paralisia disponíveis na rotina: a vacina inativada poliomielite (VIP), que é injetável; e a vacina oral poliomielite (VOP). O último caso de paralisia infantil no Brasil foi registrado em 1989. Em 1994, foi certificada a eliminação da doença nas Américas.
Atualmente a maioria dos casos ocorre no Afeganistão e no Paquistão, países em que a doença é considerada endêmica. Neste ano foram confirmados casos em Israel e nos Estados Unidos. A Organização Pan-Americana de Saúde afirma uqe se a doença não for erradicada, podem ocorrer até 200 mil casos no mundo a cada ano ao longo dos próximos 10 anos.