Nos últimos anos, a forma como profissionais brasileiros buscam recolocação mudou radicalmente. O processo, que antes dependia quase exclusivamente de currículos enviados por e-mail e plataformas de vagas, hoje passa por um lugar específico: o LinkedIn. Com mais de 80 milhões de usuários no país, a rede se consolidou como o principal ambiente de visibilidade profissional, networking e oportunidades.
Para entender esse fenômeno, conversamos com Samuel Leite, um dos principais especialistas em LinkedIn e Social Selling do Brasil, fundador da Digitale, a primeira agência do país totalmente dedicada ao LinkedIn, autor do livro Conecte, Influencie, Venda, comentarista de tecnologia e apresentador do podcast Transformação Digital da CBN Campinas.
A seguir, um bate-papo que explica por que o LinkedIn se tornou indispensável para quem busca recolocação e como o posicionamento digital pode acelerar esse processo.
Como fundador da Digitale, agência com operações em Campinas e São Paulo especializada em comunicação estratégica e presença profissional no LinkedIn, Samuel orienta executivos, empresas e profissionais em transição de carreira a utilizarem a plataforma de forma estruturada, intencional e orientada a resultados.
Por que o LinkedIn se tornou o principal ambiente para recolocação profissional no Brasil?
Samuel Leite:
O LinkedIn se tornou o principal ambiente de recolocação porque reúne algo que nenhuma outra plataforma combina tão bem: reputação, conteúdo e networking no mesmo lugar. Antes de olhar o currículo, muitos recrutadores hoje analisam o perfil do candidato no LinkedIn. Eles querem entender quem é essa pessoa, como ela pensa, com quem se relaciona e qual é sua visão de mundo.
A recolocação deixou de ser um processo técnico para se tornar um processo de percepção. E a percepção nasce do posicionamento.
A marca pessoal é realmente determinante nesse processo?
Samuel Leite:
Completamente. Marca pessoal é a lente pela qual o mercado enxerga o profissional. Na recolocação, essa lente define quem se destaca. Profissionais com marca pessoal clara são vistos como mais preparados, mais confiáveis e mais maduros profissionalmente.
Isso não tem a ver com autopromoção, tem a ver com intenção. Quando o profissional organiza sua história, comunica suas competências e mostra seu valor no dia a dia, ele naturalmente se diferencia.
Como o Social Selling contribui para a recolocação profissional?
Samuel Leite:
Social Selling é a ponte entre marca pessoal e oportunidade. Ele organiza a presença no LinkedIn de forma estratégica, ajudando o profissional a ser percebido como autoridade sem precisar dizer que está buscando recolocação.
Quando alguém compartilha conhecimento, participa de discussões relevantes e se posiciona com clareza, o mercado passa a enxergá-lo como referência. E um profissional visto como referência recebe mais convites, participa de mais processos seletivos e se conecta mais rápido com quem toma decisões.
Conteúdo realmente influencia a decisão de recrutadores?
Samuel Leite:
Influencia totalmente. Conteúdo não é sobre quantidade, mas sobre profundidade. Quando o candidato compartilha reflexões sobre a área, análises de mercado, aprendizados de carreira e bastidores de projetos, ele mostra pensamento crítico. Isso não aparece em um currículo tradicional.
No livro Conecte, Influencie, Venda, falo muito sobre isso: conteúdo é uma forma de demonstrar competência. Ele é quase uma entrevista pública permanente.
Para quem está buscando recolocação agora, por onde começar?
Samuel Leite:
Comece organizando o perfil. Foto, headline, Sobre e experiências devem contar uma história coerente. Depois, participe de conversas. Comente conteúdos relevantes, interaja com pessoas da área e crie presença.
A publicação pode vir depois. Antes de falar, é preciso aparecer. A recolocação acontece quando o profissional se torna visível para as pessoas certas.
Como o método EvoLink da Digitale ajuda nesse processo?
Samuel Leite:
A Digitale trabalha posicionamento profissional com método, e esse método se chama EvoLink. O EvoLink foi criado para organizar a presença digital de forma estratégica, evitando improviso e reduzindo ansiedade.
Ele começa pela definição do posicionamento, passa pela construção da narrativa e segue para um plano de presença alinhado com os objetivos de carreira de cada pessoa. Quando esse alinhamento acontece, o LinkedIn deixa de ser uma plataforma burocrática e passa a funcionar como uma ferramenta de crescimento profissional.
Com método, resultados deixam de ser aleatórios e se tornam previsíveis. E previsibilidade é fundamental em um processo de recolocação.
Quais tendências você enxerga no uso do LinkedIn para recolocação nos próximos anos?
Samuel Leite:
A tendência mais clara é a valorização da profundidade. O mercado busca profissionais que pensam, que analisam e que conseguem comunicar visão. Outra tendência é a humanização: pessoas querem trabalhar com pessoas, não com perfis perfeitos.
E, claro, a integração entre conteúdo profissional, marca pessoal e networking. A recolocação hoje é cada vez menos sobre enviar currículos e cada vez mais sobre se tornar relevante no ecossistema certo.
O LinkedIn se transformou no principal ponto de encontro entre profissionais e oportunidades no Brasil. Marca pessoal, conteúdo e Social Selling criam a combinação que diferencia quem espera por uma vaga de quem ativa o próprio mercado.
A visão de Samuel Leite reforça que recolocação profissional não é um processo passivo. É um movimento estratégico, baseado em clareza, consistência e presença digital estruturada.




