A 3ª Delegacia de Homicídios encerrou, nesta quarta-feira, os interrogatórios de cinco pessoas presas no caso do assassinato do ganhador da mega-sena, Jonas Lucas, de Hortolândia. Os presos foram indiciados pelos crimes de Associação Criminosa e Extorsão Mediante Sequestro, seguida de Morte, com decretação da prisão preventiva.
São eles: Rebeca Messias Pereira Batista, de 24 anos, presa em 18 de setembro. Ela teria fornecido documentos para a abertura da conta bancária onde foi depositado, através de um PIX, o valor de de R$ 18,6 mil da conta de Jonas Lucas.
Roberto Jefferson da Silva, de 38 anos, que se entregou em 23 de setembro, seria o responsável por abrir a conta bancária usando os documentos de Rebeca, mas apresentou o próprio endereço residencial para isso. Ele teria retirado o dinheiro da conta, em companhia de Rebeca. Os dois foram vistos juntos no dia da morte do ganhador da mega-sena em Santa Bárbara d’Oeste, numa agência da Caixa Econômica Federal.
Rogério Spínola, 48 anos, preso em 17 de setembro, é acusado de espancar Jonas Lucas e provocar o traumatismo cranioencefálico, como comparsa de Roberto Jefferson da Silva.
Marcos Vinícius Ferreira, 22 anos, preso em 7 de setembro, é apontado como o dono do carro preto usado no sequestro de Jonas Lucas e suspeito de ser o responsável por manter Jonas Lucas como refém, usando uma arma. Ele nega o crime, diz apenas que emprestou o carro.
Marcos Vinicyus Sales de Oliveira, 22 anos, preso em 13 de outubro, é suspeito de ser o mentor intelectual do crime. Teria sido ele o responsável pela ordem do sequestro. A participação de outros três suspeitos ainda está sendo investigada, considerando, inclusive, a possibilidade de identificação de outros envolvidos.
A morte de Jonas Lucas Alves Dias, de 55 anos, ocorreu após ele ser mantido refém. O sequestro foi na esquina da casa dele, em Hortolândia, no dia 13 de setembro. Ele ficou em poder dos criminosos por pelo menos 20 horas. Os criminosos usaram o cartão de débito dele para fazer saques, mas eles queriam R$ 3 milhões.
Houve dificuldade de comunicação com a gerente do banco da vítima porque Jonas Lucas não tinha celular. Os criminosos fizeram a ativação de um celular, mas por ser um valor muito alto, não conseguiram o dinheiro.
Segundo a Polícia Civil, esse é o motivo pelo qual ele foi espancado e deixado para morrer às margens da Rodovia dos Bandeirantes, no entroncamento com a Rodovia SP-101. Ele foi encontrado por equipes da concessionária AutoBAn, mas acabou não resistindo a um traumatismo crânio-encefálico grave e morreu, horas depois ser socorrido no Hospital Mário Covas, em Hortolândia.
Apesar da vida simples, Jonas Lucas recebeu R$ 46,8 milhões da Mega-Sena em 2020. Após receber o prêmio, não mudou a rotina. Ele morava no Jardim Rosolém, onde sempre saía para comprar pão por volta das 6h e caminhar.