Uma operação conjunta da Polícia Federal com o Ibama, nesta quinta-feira, com alvos em sete estados do Brasil, teve o comando da PF de Campinas por causa de uma empresa na cidade de Paulínia, identificada entre os principais alvos da Operação, que apura crimes de uso ilegal de mercúrio.
A Operação, que é considerada pela PF como a maior da história para apurar crimes de uso ilegal deste metal, foi motivada por uma fiscalização administrativa do IBAMA, em Santa Catarina, em 2021.
O órgão federal constatou que 90% do mercúrio que chegava ao Brasil era movimentado, na época, por uma única empresa, localizada em Joinville. A suspeita de comércio ilegal surgiu porque o mercúrio comercializado ilegalmente era comprado por empresas de fachada.
Esta empresa foi desabilitada, mas futuramente, de acordo com o chefe da Delegacia da Polícia Federal de Campinas, Edson Geraldo de Souza, uma investigação apontou que a mesma atividade passou a ser realizada por uma empresa de Paulínia.
O esquema criminoso inclui fraudes no Cadastro Técnico Federal, que é o sistema de controle de importação e comércio de mercúrio metálico, sob responsabilidade do Ibama.
Esse mercúrio contrabandeado era destinado ao abastecimento de garimpos em estados da Amazônia Legal (Mato Grosso, Rondônia e Pará).
Tatiane Leite, do IBAMA, explica que o mau uso desse metal pode contaminar rios em que são utilizados, comprometendo animais, peixes e até humanos.
Os alvos são dos estados do Mato Grosso, São Paulo, Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rondônia e Pará. Na região de Campinas, além de Paulínia, foram cumpridos mandados em Campinas e Santa Bárbara d’Oeste.
Na Operação, foram cumpridos 5 mandados de prisão preventiva, 9 de prisão temporária e 49 de busca e apreensão. A Justiça ainda bloqueou o equivalente a R$ 1 bilhão de reais que teriam sido desviados dos cofres públicos.