Os proprietários de bares e restaurantes têm enfrentando dificuldade na hora de repor os produtos. Como são sazonais e têm curto prazo de validade, não é possível estocar. Então a cada mês, os gastos aumentam por causa da inflação dos alimentos.
Em dezembro, de acordo com o IBGE, a inflação acumulada de itens da alimentação fora do lar foi de 7,47% e de alimentos e bebidas, 11,64%. Ao mesmo tempo, se os preços são repassados ao consumidor final, o movimento nos estabelecimentos cai. Por isso, a solução tem sido diminuir a margem de lucro para não remarcar o cardápio, como explica o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes na Região Metropolitana de Campinas, Matheus Mason.
Manter um estabelecimento no ramo de alimentação, porém, não tem apenas os custos da comida e da bebida. Folha de pagamento, contas de água e energia, manutenção e em muitos casos o aluguel entram no orçamento mensal. Por isso, segundo o presidente regional da Abrasel, vai ser difícil que os bares e restaurantes segurem os preços abaixo da inflação por muito tempo.
A margem de lucro menor pode trazer outras consequências também para o setor, como menos contratações ou até demissões de funcionários. Mas alguns comerciantes têm optado por alterar os cardápios para segurar os preços e manter a clientela.