Conforme consta no Diário Oficial desta quinta-feira (23), o Devisa, que é o Departamento de Vigilância em Saúde, determinou a interdição parcial dos leitos da UTI Neonatal do Hospital Maternidade de Campinas. O bloqueio acontece em 20 leitos desde o último dia 17. Seis dias antes, a unidade registrou um surto de diarreia, e dois bebês morreram.
O presidente do Hospital Maternidade, Marcos Miele da Ponte, afirmou que faltam profissionais na unidade, que hoje tem poucos médicos para as visitas diárias. Também faltam fisioterapeutas atender os 40 leitos da UTI Neonatal, e mais médicos especialistas para os plantões diários. Além de passar por uma crise financeira, o hospital está com dificuldades para encontrar esses profissionais. O presidente também afirmou à CBN Campinas que o surto de diarreia que matou dois bebês não tem relação com a falta de profissionais.
O Hospital Maternidade é responsável por 40% dos nascimentos em Campinas, e também atende boa parte da demanda regional. Ao todo, 60% dos atendimentos são feitos pelo SUS e o restante vêm dos planos de saúde. Com a interdição de metade dos leitos, as mães são transferidas para o Caism, que é o Hospital da Mulher da Unicamp, e para o Hospital da PUC. As gestantes que estão com risco de parto prematuro são internadas, para que, ao nascerem, os bebês já sejam também internados na UTI Neonatal. Só que no Caism a situação também é delicada neste momento. A unidade neonatal está em reforma, teve redução de leitos e por isso já está superlotada, segundo o diretor da Divisão de Neonatologia do CAISM, Jamil Caldas.
Andrea Von Zuben, Diretora do Devisa, explicou em entrevista à CBN que a interdição tem relação com a falta de profissionais na UTI Neonatal do Hospital Maternidade, que não tem capacidade operacional para abrir todos os leitos, e não com o surto de diarreia. Ela ainda orienta as gestantes que, eventualmente, precisem de atendimento nesse período, a conversarem com seus obstetras.
Já o Hospital e Maternidade PUC-Campinas, outra unidade de referência que está recebendo bebês e gestantes, informou que a UTI Neonatal possui 16 leitos do SUS, mas está atendendo além da capacidade, com 18 internados. Com isso, há gestantes de alto risco na enfermaria SUS e no centro obstétrico.