Uma pesquisa realizada pela Unicamp contabilizou 23 registros de ataques com violência extrema em escolas no Brasil desde 2002. O último deles nesta segunda-feira na Vila Sônia, em São Paulo. O que chamou a atenção dos pesquisadores foi a periodicidade dos atentados, como afirma a advogada Cléo Garcia, especialista em Justiça Restaurativa, que participou do levantamento, pois quase metade se concentra em menos de um ano.
Outro dado do estudo que deixa alunos, pais e profissionais da educação em alerta, segundo a pesquisadora, é que o perfil dos autores de ataques violentos é variado, não sendo feito somente pelo estudante que sofre bullying ou tem distúrbio psiquiátrico.
Cléo Garcia revela ainda que a presença do discurso de ódio entre estudantes, no convívio entre eles ou na internet, contribui para os atentados. De acordo com a pesquisa da Unicamp, os 23 ataques realizados em 20 anos deixaram 24 estudantes, quatro professores e outros dois profissionais de educação mortos. Os motivos, na maioria dos casos, foram vingança, raiva e cultura extremista.