O Hospital Maternidade de Campinas contestou nesta sexta-feira (3) o auto de infração que mantém a interdição parcial de leitos da UTI Neonatal. A desinterdição foi solicitada ao Departamento de Vigilância de Campinas, o Devisa, com base na ampliação da escala de médicos horizontalistas. Em fevereiro, 20 dos 40 leitos da unidade foram fechados pela Prefeitura devido à falta de profissionais. Segundo o presidente do Hospital Maternidade, Marcos Miele, o problema já foi solucionado, porém, o pedido de reabertura foi negado pela vigilância. Por isso, mais um recurso foi protocolado pelo Hospital nesta sexta-feira (3).
Uma semana antes, a Maternidade sofreu um novo auto de infração por não ter conseguido transferir 20 recém-nascidos que estavam nos leitos interditados pela Prefeitura. O presidente do Hospital afirma que essa foi uma surpresa pra equipe, já que a Marernidade colocou todos os recém-nascidos que excediam a capacidade instalada para transferência via CROSS, um sistema gerido pelo poder estadual e também pelo município.
Ele afirma que o poder público é que não teve a capacidade de transferir nenhum desses recém-nascidos, porque não existem vagas disponíveis em toda a região metropolitana de Campinas. Outro problema, de acordo com Marcos Miele, além da escassez dos leitos, é a transferência desses bebês, um processo que também exige equipamentos e profissionais especializados.
O prefeito de Campinas Dário Saadi informou à reportagem da CBN que o recurso apresentado pelo Hospital Maternidade passa por uma nova análise, e que nesta sexta-feira (3), participou de reuniões para discutir o assunto.
Hoje, o Hospital Maternidade tem 28 bebês internados. Na semana passada, eram 40, mas 12 bebês tiveram alta da UTI Neonatal. A unidade não está recebendo os novos casos de emergência, que são encaminhados para o Caism-Unicamp e para o Hospital da PUC, que já sofrem com a superlotação.