Em entrevista à CBN Campinas, o Secretário Municipal de Saúde de Campinas, Lair Zambon, afirmou que a crise que ocorre na saúde do município nos últimos meses, em especial com relação à superlotação de leitos neonatais e pediátricos, é reflexo da pandemia. “Essa crise era meio esperada por conta da pandemia, a sequela da pandemia realmente está chegando claramente à ocupação dos leitos tanto pediátricos como adultos, ela é muito maior, todos hospitais estão cheios, não só os públicos, mas também os privados”.
Em relação aos leitos neonatais, Zambon afirmou que houve um aumento no número de nascimentos de prematuros, que necessitam de mais cuidados, o que aumentou a demanda. Isso, somado ao problema na Maternidade de Campinas, que teve metade dos 40 leitos interditados, e agora segue com 10 em interdição, provocou a superlotação nos hospitais com este tipo de atendimento.
Segundo o secretário, atualmente a rede pública de Campinas conta com 30 leitos: 18 dos 30 leitos em uso na maternidade, e 12 no Hospital PUC-Campinas. Há também os leitos existentes no Caism da Unicamp, que são de responsabilidade do estado, além da possibilidade de reabertura dos 10 leitos fechados na maternidade. “Nesse momento estamos relativamente equacionados, se houver a reabertura de oito leitos na puc de neonatologia eu acho que está mais que equacionado para o momento, 30 leitos de neonatologia para Campinas é mais que os indicadores de saúde preconizam”.
O grande problema no momento é em relação aos leitos pediátricos. Segundo Zambon, atualmente cidade tem a maior busca por atendimentos pediátricos desde 2017. A disparada no número de crianças com doenças respiratórias ocorreu antes do período habitual, e mesmo com o aumento de leitos, há ainda crianças aguardando vagas. “Nós já estávamos prevendo uma sazonalidade pior que nos outros anos, chegamos nessa semana a mais de 80 leitos de enfermaria e pediatria, é o maior número que Campinas já teve no SUS municipal, ainda há crianças fora de leitos, mas todos cuidados”. Segundo Zambon, duas vezes ao dia há atualização da ocupação, com a regulação organizando a ocupação dos leitos.
