O crescimento no número de atentados de alunos contra outros alunos e professores nas escolas do estado de São Paulo acende um alerta sobre a segurança nas instituições de ensino. Afinal, o que está sendo feito, e o que poderia ser feito para evitar novos casos do tipo? A diretora estadual da Apeoesp (Sindicato Professores do ensino Oficial do Estado de SP), Suely Oliveira, afirma que um programa que existia até antes da pandemia foi descontinuado pelo estado. “Tinha no estado de São Paulo um programa de mediação escolar, que a pedido da Apeoesp foi criado em 2009, esse programa, infelizmente o Governo do Estado acabou, o professor mediador trabalhava na solução de problemas, de conflitos, buscando uma harmonização no ambiente escolar, depois, com a pandemia, momento tão grave, o governo simplesmente acabou com esse programa.”
Ela afirma que a violência aumentou com a retomada das aulas após a pandemia. Segundo a própria Secretaria de Estado da Educação, houve um aumento de 48% nos casos de agressões físicas nos dois primeiros meses de 2022 no comparativo com o mesmo período de 2019, último ano antes da pandemia.
Para Suely, a sociedade tem atribuído às escolas responsabilidades que vão além do que seria o correto. “A escola desenvolve trabalhos excelentes, sobre a questão racial, LGBT fobia, mas o governo tem que também fazer a parte dele, faltam políticas públicas, o que ele oferece para a juventude além da escola? E culpabiliza a escola por tudo que ocorre. O Governo tem que cumprir o que é dele, a sociedade a parte dela, então a escola faz esse papel de trabalhar com os alunos isso, mas ela sozinha não dá conta”. Segundo Suely, essa pressão tem deixado professores com cada vez mais problemas de saúde, principalmente em relação à saúde mental, o que faz com que muitos tenham de recorrer à remédios.
A CBN entrou em contato com a Secretaria Estadual de Educação, mas não obteve resposta até o fechamento da reportagem.