O preço da cesta básica subiu no mês de abril em Campinas. O aumento foi de R$ 9,82 no comparativo com o mês de março, o equivalente a 1,36%. O custo total da cesta, que tem 13 itens, é de R$ 729. Os dados são de um estudo realizado pelo Observatório PUC-Campinas.
O tomate foi disparado o grande vilão da alta, com aumento de 22,7% no preço médio entre um mês e outro. O Professor e Coordenador dos Estudos do Observatório da PUC Campinas, Pedro Costa, explica o motivo da alta. “Tem um fenômeno que é o final da safra de verão, que terminou e a de inverno que ainda não está no mesmo ritmo, se ela entrar em um ritmo melhor possivelmente a gente tem uma estabilidade de preço, o que a gente vem observando, principalmente nos hortifrútis, pode haver uma variação de mês a mês, algumas altas e depois algumas quedas nos preços dessas hortaliças”. Em seguida vieram o leite, com 11,4%, e a batata, que subiu 10,9%. Também subiram o pão francês, o feijão e a manteiga.
Mas outros itens caíram, evitando um aumento maior no preço final da cesta. A banana teve redução de 8,8%, a carne de 5%, e o açúcar 4,3%. Também caíram a farinha, o óleo, o café e o arroz. “É comum a gente ter uma certa oscilação, de certa forma isso mostra que a gente não tem uma generalizada de preços, no ano passado a gente chegou a ter momentos em que a grande maioria dos itens havia subido, o que sinalizava uma alta mais consistente, quando a gente tem uma alta que se concentra em alguns itens, muito provavelmente é aquela explicação, o item teve uma alta circunstancial, e a gente tem uma expectativa melhor que isso não continue consistentemente”, explica o professor.
Considerando o valor do salário mínimo no mês de abril, que era R$ 1.302, o valor da cesta compromete 56% de um salário mínimo valor total. Considerando a necessidade de, em média, três cestas por família (de dois adultos e duas crianças), o rendimento do grupo familiar necessário só para as despesas de alimentação seria de R$ 2.190.
Este foi o primeiro aumento após um período de dois meses, já que fevereiro e março registraram reduções no valor total da cesta. Campinas segue uma tendência observada em outras grandes cidades do país, já que 14 de 17 capitais analisadas também tiveram aumento no valor da cesta.