A invasão de um imóvel na Rua Delfino Cintra, no bairro Botafogo, em Campinas, virou motivo de discussão na Câmara Municipal. O prédio foi ocupado recentemente pelo Movimento de Mulheres Olga Benário, que pretende usar o espaço para acolher mulheres vítimas de violência. Representantes do movimento alegam que a casa estava abandonada há quase 10 anos, com fezes, lixo, e portas e janelas quebradas, por isso, realizaram limpeza e reparos no prédio. Após ser alertado por vizinhos sobre a ocupação, o proprietário do imóvel, o empresário Álvaro Cesar Iglesias, foi até o local e acionou a Polícia Militar. Lá, ele encontrou o vereador Paulo Búfalo (PSOL), que apoiava o movimento, usando o carro oficial da Câmara de Campinas. Os dois começaram a discutir.
O empresário e dono da casa afirmou em um vídeo, publicado nas redes sociais, que o imóvel está desocupado devido a crise financeira causada pela pandemia, mas os impostos municipais estão pagos, e a documentação, regularizada.
Em uma assembleia, a coordenadora da ocupação, Mayara Fagundes, afirmou que as ativistas do Movimento de Mulheres Olga Benário não deixarão a casa, chamada por elas de ‘Maria Lúcia Petit Vive’. A ativista cita que ainda não há nenhum pedido de reintegração de posse.
O vereador Nelson Hossri (PSD) também esteve no imóvel. Em vídeo publicado nas redes sociais, ele chama os invasores de criminosos, faz críticas ao apoio prestado pelo vereador Paulo Búfalo, e afirma que vai apurar na Câmara Municipal o uso do carro oficial por parte do colega.
Na sessão ordinária da última quarta-feira (3), a coordenação do movimento esteve na Câmara Municipal e entregou uma carta ao presidente da casa, Luis Rossini (PV), solicitando apoio do Legislativo para o novo espaço. De acordo com as ativistas, Rossini recebeu o documento e se comprometeu a iniciar uma interlocução com a Prefeitura. Nas redes sociais, o grupo afirma ainda que os mandatos da vereadora Guida Calixto (PT), Paolla Miguel (PT), Mariana Conti (PSOL) e Paulo Búfalo (PSOL) manifestaram apoio e solidariedade à casa de acolhimento desde o primeiro dia da ocupação.