O Ministério Público de São Paulo entrou com um processo na 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas contra o vereador Edison Ribeiro (União Brasil) por suspeita de rachadinha. A ação de responsabilidade civil por improbidade administrativa, ajuizada em abril, cita o parlamentar e outras três pessoas. O foco é apurar a prática de rachadinha ou mensalinho no gabinete do vereador, envolvendo os servidores comissionados indicados por ele ou por seu partido na administração municipal direta e indireta. Na época, Edison Ribeiro, hoje no União Brasil, integrava o Partido Social Liberal (PSL).
São citados Marcos Antônio Malachias, subprefeito do Campo Grande, nomeado em 2020; e André Ribeiro, filho do vereador, que foi candidato a deputado estadual em 2020. A rachadinha ou mensalinho, como é chamada pelo Ministério Público, consiste na suspeita da prática criminosa de transferir parte ou todo o salário do servidor comissionado ao parlamentar a partir de um acordo anteriormente estabelecido.
Edison Ribeiro obrigaria assessores nomeados em seu gabinete e na Prefeitura para cargos em comissão a entregarem parte de seus salários, enquanto o filho dele, André, seria responsável pela coleta do dinheiro. De acordo com a promotoria, além do suposto esquema ocorrer no próprio gabinete de Edison, o dinheiro também era recolhido de comissionados da subprefeitura do distrito do Campo Grande, além de secretarias e empresas públicas, onde estes servidores foram indicados pelo parlamentar.
A pedido do Ministério Público de São Paulo, a Polícia Civil realizou buscas no escritório do parlamentar, no bairro Cidade Satélite Iris, onde foram apreendidos um computador e documentos. Todos os envolvidos na investigação já forneceram também extratos bancários ao MP.
Em relação ao subprefeito do Campo Grande, a Prefeitura de Campinas informou, em nota, que acompanha a investigação sobre a suposta conduta irregular do funcionário fora do ambiente trabalho. Afirmou ainda que vai aguardar o desfecho para decidir quais medidas deverão ser tomadas em relação ao servidor.
Fábio Roberto Turnes, advogado de defesa do vereador Edison Ribeiro e do filho dele, André Ribeiro, também se manifestou em nota, afirmando que a denúncia já era esperada, mas não se sustenta. Na análise prévia, a defesa já visualizou vícios processuais e erros de narrativa e matemáticos.
Segundo o advogado, um ex-servidor que foi demitido do gabinete após ser flagrado desviando material público, em represália e tentando se defender, forjou uma falsa acusação contra Edison Ribeiro, desprovida de qualquer indício de prova. A defesa acredita piamente na inocência do vereador e que, com a instrução processual, tudo será devidamente esclarecido.