O inverno começou oficialmente nesta quarta-feira, 21, em todo o hemisfério sul. Porém, apesar dos dias frios que já vem fazendo em Campinas, esse ano a estação deve ser atípica, por influência do El Niño, fenômeno meteorológico que eleva as temperaturas.
De acordo com a pesquisadora do Cepagri da Unicamp, Ana Ávila, o El Niño é um fenômeno climático que causa alterações na distribuição da temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico. Ela também explica que ele já está estabelecido, porém deve se intensificar no final do inverno
Existe também a possibilidade de que o fenômeno se configure em um Super El Niño, provocando o aquecimento das temperaturas em até 2,5ºC em alguns locais do mundo. As estimativas indicam que há 25% de chance desse fato acontecer.
Além disso, o El Niño, assim como a La Niña, determina mudanças nos padrões de transporte de umidade, causando variações na distribuição das chuvas em algumas partes do mundo. O ar se torna mais seco, o que dificulta a formação de chuva, configurando os períodos de secas.
Inclusive, segundo a pesquisadora, o tempo seco e poucas chuvas devem ser o padrão desse inverno. Ela explica que a baixa umidade, junto com o aumento nas temperaturas, podem acabar causando problemas, como as queimadas, por exemplo.
O El Niño dura entre 9 e 12 meses, mas pode persistir por até aproximadamente 2 anos, recorrendo em intervalos de 2 a 7 anos. Ele acontece de maneira alternada com a La Niña, com um período de neutralidade entre os dois.