O Censo 2022 revelou que 12% dos quase 502 mil domicílios de Campinas estão desocupados, o equivalente a 54 mil imóveis vazios. O crescimento foi de 99,4% em relação ao Censo 2010, ou seja, em 12 anos, o número de imóveis desocupados na metrópole praticamente dobrou. Os dados foram divulgados durante um debate na Câmara de Campinas, nesta quarta-feira (16), pelo pesquisador Renato Balbim, do Instituto Econômico de Pesquisa Aplicada (Ipea). Ele explica que o cenário em Campinas segue a tendência nacional.
O Censo 2022 revelou ainda que o número de imóveis desocupados em Campinas é 35% maior que o de pessoas à espera de uma moradia pela Cohab.
Outra pesquisa, realizada no primeiro semestre de 2021 por alunos da Faculdade de Arquitetura da PUC Campinas, em parceria com o Icomos, o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios, revelou que Campinas tem 500 imóveis vazios somente na região central. A arquiteta e urbanista Vanessa Gayego, que coordenou o trabalho, opina que faltam políticas públicas para resolver a desocupação imobiliária no centro.
O trabalho resultou na criação do fundo ‘Haja! Rehabitar’, que reúne representantes da PUC Campinas, Unicamp, docentes e estudantes, além de instituições parceiras e investidores sociais, para promover a locação social em imóveis do centro.
Os números foram apresentados na Câmara de Campinas sob o comando do vereador Cecílio Santos (PT), em um debate com lideranças comunitárias sobre habitação social e imóveis desocupados no Centro. O parlamentar é relator da Comissão Especial de Estudos sobre a População em Situação de Rua.