A operação que prendeu um empresário de Limeira, suspeito de ser o chefe de um grupo criminoso envolvido em fraudes em licitações de serviços de limpeza pública no interior do Estado descobriu que ele usou um carro alugado para roubar e ameaçar a pessoa que denunciou o esquema ao Ministério Público.
A informação consta no mandado de prisão expedido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, no processo que está em andamento contra o homem.
O denunciante foi vítima de um roubo a mão armada. Ele também participava da mesma licitação no município de Bariri, na região de Jaú, e apresentou ao MP e ao Tribunal de Contas os indícios das fraudes na licitação.
O que chamou atenção das autoridades para a conexão entre os crimes foi o depoimento da vítima: ela disse que o autor do roubo o ameaçou dizendo que “deveria parar de publicar questões ligadas à limpeza pública” da cidade.
No avanço das investigações do roubo, a polícia observou, por meio de imagens de câmeras de segurança, que na ação os criminosos usaram o veículo branco, registrado em Limeira, que pertence a uma locadora.
O gerente da locadora de veículos também foi alvo de diligências sob a suspeita de colaboração com o acusado. Durante as investigações do roubo, a polícia questionou a locadora sobre a identidade da pessoa que teria contratado o aluguel do carro usado no crime, e, conforme o relatório policial, ele se mostrou “evasivo”.
No levantamento de chamadas telefônicas, com autorização judicial, foi identificado que o gerente da locadora ligou para o empresário e o avisou sobre as diligências.
Outros elementos ainda ligam o gerente da locadora ao empresário de Limeira, segundo a Justiça, como uma negociação de venda do veículo usado na ameaça.
O pedido de prisão do empresário aconteceu porque, segundo a acusação, ele coloca em risco o prosseguimento das investigações, com a possibilidade de ameaçar testemunhas.
Em 2021, tramitou no Ministério Público uma ação para apurar crimes cometidos em procedimentos administrativos anteriores à licitação de limpeza pública de Bariri.
A defesa do empresário não foi localizada para comentar o caso.