Onze pessoas já morreram por conta do metanol após consumo de combustível

Guilherme Leal/CBN Campinas

Médicos e pesquisadores do Ciatox (Centro de Informações e Assistência Toxicológica de Campinas) pedem mais ações das autoridades para combater a venda de combustíveis adulterados pelo uso do metanol. A ingestão da substância causou a morte de 11 pacientes dos 14 atendidos nos últimos anos.

Os dados foram revelados durante coletiva no Hospital de Clínicas da Unicamp nesta quinta-feira (17). Os médicos explicaram que o não é o metanol diretamente quem causa a morte do paciente, mas sim o ácido fólico, resultante da metabolização da substância. Os primeiros atendimentos de pessoas que haviam consumido metanol começaram em 2016. Quatro pacientes eram pessoas em situação de rua.

Das 14 pessoas atendidas, 11 confirmaram a compra de etanol em postos de combustíveis. Quatro chagaram a apontar quais foram os postos. De acordo com o Fábio Bucareth, médico e professor da Unicamp, e um dos responsáveis pelo alerta, a demora em se fazer o diagnóstico correto pode comprometer a recuperação do paciente.

Ainda de acordo com o professor, este é o caso mais grave de intoxicação com que o centro já lidou em mais de 40 anos. Autoridades de saúde em todos os âmbitos já foram notificadas. Ele afirma que os responsáveis pela fiscalização precisam agir com mais força.


Aos profissionais de saúde o Ciatox recomenda atenção aos sintomas, já que muitos casos podem aparecer em todo o país. Os sintomas dos pacientes que procuraram a Unicamp são de quadros graves de coma, choque e acidez excessiva do sangue.

Em nota o Recap (Sindicato dos Postos de Combustíveis de Campinas e Região) afirmou que já alertou as autoridades sobre uma minoria de postos que vendem combustível adulterado com metanol. Afirmou ainda que pediu ao Ministério Público uma ação para combater a prática.

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