O policial militar Leandro Henrique Pereira, de 25 anos, acusado de matar duas pessoas e deixar outras três feridas ao realizar disparos dentro de um show sertanejo em Piracicaba, vai a júri popular após decisão da justiça da cidade.
O caso aconteceu no dia 20 de novembro de 2022 e o homem está preso desde dia 22 do mesmo mês. Na decisão, publicada no Diário de Justiça Eletrônico, o juiz da Vara do Júri, Luiz Antonio Cunha, também decidiu que o réu deve permanecer preso durante eventual recurso que apresente contra a decisão.
Imagens publicadas em redes sociais mostram o momento dos tiros e quando começa a confusão e correria no evento. As vítimas fatais são Heloise Magalhães Capatto, de 23 anos, e Leonardo Victor Cardozo, de 26 anos.
Heloise era estudante de Odontologia. Seu corpo foi sepultado no final da tarde de 20 de novembro. Leonardo foi sepultado no mesmo dia, em Piracicaba.
O PM foi denunciado por homicídio triplamente qualificado com dolo direto (quando o autor prevê o resultado da ação) em relação a Leonardo e por homicídio triplamente qualificado com dolo eventual (quando assume o risco) em relação a Heloise.
De acordo com a denúncia, os disparos foram realizados após Leonardo intervir em uma briga entre Leandro, um amigo e uma terceira pessoa.
O suspeito também foi denunciado por três tentativas de homicídio triplamente qualificadas com dolo eventual em relação a três vítimas que foram baleadas, mas sobreviveram.
Além do PM, o MP-SP denunciou por prevaricação um amigo dele e sua esposa, que também são policiais e estavam no local, por não realizarem suas funções e o prenderem. O amigo ainda foi denunciado por auxiliá-lo na fuga do evento, mas fez um acordo judicial e teve seu caso arquivado.
Já a esposa de Leandro foi absolvida. Anteriormente na ação, o crime pelo qual ela era acusada já tinha sido considerado de menor potencial ofensivo pelo magistrado.
De acordo com o advogado do policial, Mauro da Costa Ribas Junior, a decisão de levá-lo a júri popular não é negativa para o réu neste caso, já que, segundo ele, o PM agiu por legítima defesa e não teve intenção de atingir todas as vítimas.
Em nota, a empresa organizadora do evento, Burn19 Produções, prestou solidariedade às vítimas, e também informou que a festa contava com documentos legais e alvará para acontecer, e que no local do evento tinham seguranças particulares e que havia sim revista pessoal, além de atendimento ambulatorial.