O engenheiro responsável pela metalúrgica destruída após uma explosão em 1º de setembro em Cabreúva prestou depoimento para a Polícia Civil.
De acordo com a equipe que apura o caso, o homem não era contratado pela empresa Tex Tarugos e atuava como prestador de serviços.
Em depoimento, disse que fazia consultorias e pareceres técnicos à empresa, mas que nenhum serviço tinha relação com a parte dos fornos da metalúrgica.
A explosão ocorreu em um forno na companhia, que ficava no bairro Pinhal. O engenheiro disse que está reunindo documentos para apresentar ao delegado.
A polícia informou que não há outros depoimentos agendados para esta semana, mas o delegado espera que os advogados da empresa compareçam à delegacia para agendar o depoimento de dois proprietários da metalúrgica.
Investigadores do caso tentam identificar todos os feridos na explosão para determinar o número exato de vítimas.
A informação oficial é que 12 pessoas procuraram atendimento médico e ficaram internadas.
Quatro morreram. A última vítima, que foi confirmada na quinta-feira passada, é Weverton Oliveira da Silva, de 42 anos. Segundo familiares, ele estava de folga no dia do acidente, mas foi chamado para trabalhar.
Weverton e Fernando Nascimento dos Santos, de 25 anos, outra vítima do incidente, são primos. Os corpos dos dois foram levados para serem sepultados em Sergipe.
Os outros dois homens que morreram no acidente são Azarias Barbosa do Nascimento, de 46 anos, e Erick Mendes de Souza, de 21 anos.
Segundo o chefe de fiscalização da Divisão Regional de Fiscalização do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego, Ubiratan Vieira, a Tex Tarugos não tem alvará de funcionamento e tem histórico de desconformidades nas operações, incluindo problemas como falta de manutenção nos equipamentos.
A Prefeitura de Cabreúva confirmou a informação. Segundo o poder público, o Executivo foi informado 15 dias antes da explosão de que a metalúrgica não tinha licença ambiental da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo para funcionar.
A metalúrgica também recebeu quatro advertências e duas multas da Cetesb.
Sobre a falta de documentos necessários para o funcionamento da empresa, o delegado afirma que a investigação vai apurar, também, quais órgãos deveriam ter atuado neste caso e interditado a empresa.
Um comitê do MTE foi montado para investigar sobre a falta de documentos e o funcionamento irregular da empresa.
Em outra frente, a prefeitura criou uma força tarefa de fiscalização para apurar a situação de todas as empresas instaladas na cidade. A força-tarefa já pode atuar.
A Câmara de Vereadores de Cabreúva aprovou na semana passada dois projetos de lei que preveem ajuda financeira para as famílias dos mortos e feridos na explosão.
Um feito pela própria casa, que prevê pagamento de duas parcelas de R$ 1.800, e outro proposto pelo Executivo, com dois pagamentos de R$ 1.700.
O prefeito de Cabreúva precisa sancionar um dos projetos para que as famílias possam receber o auxílio.