Mais de 7 mil abordagens já foram realizadas em Campinas pelo Movimento Vida Melhor (MVM), que trabalha com buscas ativas de crianças e adolescentes em situação de rua na metrópole. Os números são de 2011, quando o programa foi iniciado, até junho de 2023, e foram apresentados durante a última reunião da Comissão de Estudos sobre a População em Situação de Rua, na Câmara de Campinas.
O trabalho visa encontrar uma ‘saída’ das ruas para crianças e adolescentes que realizam trabalho infantil, são explorados sexualmente, ou estão em situação de mendicância. Verônica Rosa, assistente social e coordenadora técnica da entidade, conta que além das buscas ativas, a MVM atende denúncias da população.
Nas ruas, a entidade identifica também situações de exploração infantil. As mais comuns são panfletagem, limpeza de lápides, guardar carros ou coletar recicláveis. Nas buscas ativas, há também a reincidência dos abordados, muitos deles, usuários de drogas. A maioria é do sexo masculino, com 12 a 17 anos.
Nos últimos anos, Campinas também recebeu indígenas provenientes da Venezuela, que chegaram ao município em fevereiro de 2020. Eles são acompanhados pela assistência social e já recebem benefícios sociais, como o Bolsa Família. Porém, segundo a voluntária, a ‘coleta’ de dinheiro e alimentos nas ruas é uma cultura do grupo, que mesmo assim, leva os filhos para os semáforos.
O ‘raio-x’ das crianças e adolescentes em situação de rua em Campinas deve nortear o trabalho da Comissão de Estudos sobre o tema na Câmara de Campinas, presidida pelo vereador Paulo Gaspar (Novo). Também fazem parte do grupo os vereadores Jair da Farmácia (Solidariedade), Nelson Hossri (PSD), Major Jaime (PP), Cecílio Santos (PT), Eduardo Magoga (Podemos) e Carlinhos Camelô (PSB).