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Unicamp: Reitor reforça que ponto eletrônico atende pedido do MP

Governo do Estado/Divulgação

Iniciada em 28 de agosto, a greve dos servidores técnico-administrativos da Unicamp tem com um dos principais pontos de impasse a implantação de um sistema de registro de ponto eletrônico, para controle da jornada dos servidores.

O Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp alega que a implantação do ponto eletrônico fere a autonomia universitária e o trabalho qualitativo, e afirma nunca ter sido convidado para debater sobre a questão, e por isso a implantação seria uma decisão arbitrária da reitoria da Unicamp.

Em entrevista à CBN Campinas, o reitor da Unicamp, Antônio de Almeida Meirelles, o Tom Zé, afirmou que a implantação do ponto eletrônico está de acordo com um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado junto ao Ministério Público, após uma cobrança do MP em relação às formas com que a universidade controlava as jornadas de trabalho. “Nós fomos acionados pelo Ministério Público para fechar o TAC, e nós decidimos, numa reunião da Câmara Administrativa da Unicamp, assinar esse TAC, não foi uma decisão do reitor, e que prevê a implantação do ponto eletrônico.”

Tom Zé afirma que esta é a única exigência do TAC, e que a forma de implantação pode ser discutida com os servidores. “Esse TAC, na verdade, só tem essa exigência, e tem um prazo para que isso seja feito, que é até final do próximo ano, ele não estabelece os detalhes disso. A vantagem do TAC é justamente que a gente poderá administrar a forma de executar isso e não judicializar a questão.”

O reitor sugere que o controle de ponto poderia ser feito por aplicativo de celular, por exemplo, para que os servidores possam registrar o ponto mesmo quando não estiverem na universidade, e argumenta que diante de um orçamento de mais de R$ 3,5 bilhões anuais, com quase 89% do valor sendo destinado à folha salarial, é justo perante ao cidadão paulista saber que o dinheiro está sendo bem usado, e afirma que o controle de jornada faz parte disso.

Além da questão do ponto, os trabalhadores em greve reivindicam uma série de medidas econômicas, como um abono de R$ 10 mil, isonomia com a USP, vale-refeição (VR) de R$ 990, dentre outros pontos. Diante disso, o reitor destaca alguns reajustes acertados nos últimos anos com a categoria. “As três universidades estaduais reajustaram o salário em 2022, mais de 20,5%, esse ano foi 10,57%. Na Unicamp nós implantamos o vale-refeição por jornada trabalhada de R$ 36, então do ponto de vista das reivindicações salariais a universidade não tá devendo nada às pessoas, ela tem um processo acelerado de saída da (lei federal) 173 e do período da pandemia.

A greve inclui funcionários dos dois colégios técnicos da Unicamp, Cotuca e Cotil, mas não inclui docentes, que são representados pela a Adunicamp, a Associação de Docentes da Unicamp.

Por meio de nota, o STU, que representa os servidores técnico-administrativos, contesta as afirmações do reitor, e afirma que ele está terceirizando a responsabilidade. Segundo o sindicato, ele teria forçado os membros da Câmara Administrativa a aprovarem a assinatura do TAC em Outubro de 2022 alegando que tinham até o dia seguinte para responder, e com isso eles não teriam tido conhecimento do conteúdo do TAC, que teria sido assinado somente em março deste ano.

Em relação aos benefícios, o sindicato afirma que os reajustes não repõem metade das perdas salariais, e que a reitoria guarda hoje quase 2 bilhões no cofre da Unicamp e ao invés de investir na qualidade da universidade, investe em ponto eletrônico.

*Atualizado às 16h01

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