Entregadores e motoristas de app ganham menos e trabalham mais, mostra pesquisa

Imagem: Pixabay

Em 2022, 1,5 milhão brasileiros trabalharam por meio de aplicativos de serviços no país. Destes, mais da metade (55,2%) atuavam com o transporte de passageiros, enquanto outros 39,5% trabalhavam com entregas. Os números são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). O estudo inédito é fruto de uma cooperação entre o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp.

O estudo mostrou que os trabalhadores vinculados aos aplicativos de transporte de passageiros receberam, em média, R$ 11,80 por hora trabalhada, enquanto os profissionais receberam R$ 13,60 por hora – uma diferença de 15,25%. A pesquisa também revelou diferença de 7 horas a mais na jornada de trabalho semanal.

Já para os entregadores de mercadorias e delivery, a diferença é ainda maior. Os ‘plataformizados’ receberam uma remuneração média de R$ 8,70 por hora trabalhada, enquanto os profissionais receberam R$ 11,90, – diferença de 36,78%. Assim como os motoristas, a jornada de trabalho também é superior em quase 5 horas semanais.

Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (25). Durante coletiva de imprensa, Gilberto Carvalho, secretário nacional de Economia Popular e Solidária, afirmou que os dados revelaram a precarização do trabalho dos profissionais plataformizados.

O grupo de 25 a 39 anos correspondeu a quase metade (48,4%) das pessoas que trabalhavam por meio de plataformas digitais, e 81% são homens – proporção muito maior que a média geral dos trabalhadores ocupados no setor privado, que é 59,1%. Segundo o secretário, o panorama deve ajudar a nortear as ações do Governo Ferderal para o setor.

O pró-reitor da Unicamp, Fernando Sarti, falou da parceria com o IBGE a universidade de Campinas para a elaboração da pesquisa. Foram coletados dados do 4º trimestre de 2022, envolvendo a população ocupada de 14 anos ou mais de idade, e foram desconsiderados os empregados no setor público e militares.

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