Campinas registrou 151 mortes no trânsito em 2022, de acordo com o Relatório Anual de Sinistro no Trânsito divulgado pela Emdec. Isso representa uma morte a cada dois dias. Apesar de ser o mesmo número de 2021, esse total representa um aumento de 10,7% em relação aos cinco anos anteriores.
Esses 151 óbitos aconteceram em 143 sinistros. Deste total, 52, ou seja, 34,4% eram pessoas entre 18 e 29 anos, sendo que 49 eram homens e três eram mulheres. Os motociclistas/garupas e pedestres seguem sendo as principais vítimas fatais no trânsito
Cerca de 47% do total de óbitos foram motociclistas ou garupas. Foram 71 óbitos, 56,5% a mais em relação a média dos últimos cinco anos. Assim como os pedestres, que registraram aumento de 17% em relação aos óbitos em 2021 e 44,3% em relação aos cinco anos anteriores.
A Emdec também divulgou o relatório parcial de 2023. Até outubro deste ano já foram registrados 61 óbitos. Os destaques positivos ficam para a queda de 6% no número de mortes nas vias urbanas do período de janeiro a outubro de 2023, comparado com o mesmo período de 2022, e para a diminuição de 8% nos óbitos de pedestres.
Neste mesmo período houve também uma queda de 13% nos óbitos de motociclistas. Até o momento, foram registradas 28 mortes. A Grazielly dos Santos, de apenas 20 anos, é uma das vítimas do “rolezinho noturno” com 200 motocicletas que aconteceu em julho deste ano e que terminou em acidente com morte de três pessoas. A jovem teve sequelas graves por conta do acidente e seu marido, também de 20 anos, faleceu. Ela explica que sua vida mudou completamente após o incidente.
De acordo com o presidente da Emdec, Vinicius Riverte, relatos como o de Grazielly são importantes para impactar e mudar a cultura da sociedade, que precisa respeitar as leis de trânsito para que os números de óbitos diminuam.
O destaque negativo de 2023 fica para o aumento de 5% nos óbitos nas vias urbanas. O álcool continua sendo o principal fator de risco, sendo responsável por 29% dos acidentes, seguido de excesso de velocidade, com 26%, e infraestrutura, com 10%. Habilitação, comportamento dos pedestres, evitabilidade, veículos em condições inadequadas e desrespeito à sinalização fecham a lista.