O empresário português Márcio Mendes Rocha, preso por suspeita de tráfico internacional de bebês, vai passar por audiência de custódia nesta terça-feira, 05. A extração de dados dos dispositivos eletrônicos para análise do material apreendido também já começou.
Entre a primeira vinda dele ao Brasil em 2023 e a prisão nesta segunda-feira, 04, passaram-se 40 dias. Nesse primeiro momento, a PF investiga a tentativa do empresário de retirar dois bebês do país que foram registrados como filhos dele.
Um menino recém-nascido, que está internado na Santa Casa de Valinhos e que, provavelmente, será encaminhado à Vara da Infância e Juventude para adoção. A mãe do menino é da cidade de São Paulo e foi embora após ter alta.
E uma menina recém-nascida levada por Marcio para Portugal em novembro foi localizada pela Polícia Judiciária nesta terça-feira. Ela estava na casa do cônjuge de Marcio, no município de Valongo, na região metropolitana do Porto, no norte do país. Segundo a Agência Lusa, principal agência de notícias do país, a criança passa bem e está em uma casa de custódia.
A mãe da menina é, provavelmente, de Marabá, no Pará, e, após ter a bebê na Santa Casa de Valinhos, saiu do interior paulista.
Marcio registrou os dois bebês como filhos, mas pediu a guarda unilateral, o que permite sair do país sem autorização das mães, em duas cidades diferentes, Valinhos e Itatiba, usando dois endereços diferentes. Por isso, as advogadas dele também são investigadas.
Uma brasileira, que se disse ser secretária do português, é suspeita de ajudar o acusado com documentos falsos e na comunicação entre ele e as mães.
Em depoimento informal à PF, Marcio afirmou que é casado com um homem e que os bebês seriam adotados por ele. A delegada responsável pelo caso, no entanto, reforçou que, independente da motivação, o crime de tráfico já está configurado.
Apesar de se colocar como pai, o empresário fazia visitas diárias aos bebês de apenas 10 minutos e levou a recém-nascida com 19 dias para Portugal em um voo de 10 horas.
Segundo a Polícia Federal, os envolvidos poderão responder por vários crimes, dentre eles, tráfico internacional de crianças e registro falso. A pena pode ultrapassar 18 anos. A oitiva do preso somente se dará após a compreensão total de como foi realizado o processo.