Desde abril deste ano Campinas vive uma epidemia de Dengue. A cidade já registrou mais de 10 mil casos da doença e o medo é que a situação piore em 2024 devido a alguns fatores que influenciam a cidade.
Alguns fatores ajudam a explicar o recente alerta da Prefeitura de Campinas para a possibilidade de reintrodução dos vírus da dengue tipos 3 e 4 na cidade no ano que vem. A quantidade de moradores, a posição geográfica o fluxo de viajantes, além do calor estão entre eles.
A diretora do Departamento de Vigilância Epidemiológica de Campinas (Devisa), Andrea Von Zuben, explica que por estar no entroncamento de muitas rodovias e ter um fluxo grande de passagem de pessoas pelo Aeroporto de Viracopos, Campinas tem possibilidade de receber pessoas infectadas por esses dois sorotipos. Existe uma preocupação bastante grande também com pessoas que viajam para locais onde já há registros deles, como a cidade do Rio de Janeiro.
Outro fator que coloca a cidade em estado de atenção é a densidade demográfica. Apesar de ter uma população 1,1 milhão de habitantes, milhares de pessoas circulam por Campinas todos os dias para trabalhar, estudar ou buscar serviços públicos e lazer.
As frequentes ondas de calor também geram preocupação. Mesmo atingindo o país como um todo, Campinas já é conhecida pelas altas temperaturas. Durante a onda de calor de novembro a cidade registrou 39,1°C, recorde de temperatura segundo a Estação do Ciagro. Andréa Von Zuben explica que o calor acelera o ciclo de vida do mosquito Aedes aegypti.
Levantamento do Devisa mostrou que o índice de infestação pelos mosquitos nos imóveis triplicou em um ano: era 0,47 em 2022 e chegou a 1,22 neste ano o que colocou Campinas na categoria de alerta para análise. Já Índice Breteau, que trata sobre o número de recipientes com larvas nos imóveis, passou de 0,5 para 1,4 neste mesmo período.