O projeto “Vila Minha Pátria”, em Morungaba, recebeu 15 dos 21 brasileiros repatriados da Faixa de Gaza que chegaram em Campinas, no interior de São Paulo. O voo pousou na última terça-feira (26), no Aeroporto de Viracopos. Os passageiros estão no Brasil desde sábado (23), quando desembarcaram em Brasília (DF), da aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB).
Os acolhidos foram retirados do Cairo, capital do Egito, e fizeram parte do terceiro voo de repatriação de brasileiros que estavam na área afetada pelo conflito entre Israel e o Hamas. A recomendação do projeto aos que acabaram de chegar é que não deem entrevistas. Todos ainda enfrentam, além da adaptação, o medo e as feridas da guerra, segundo a coordenadora do projeto, Jeniffer Forte Soares.
A instituição acolhe refugiados e repatriados desde 2022, e também já recebeu pessoas do Paquistão, Irã e Venezuela. O projeto pertence à Junta de Missões Nacionais das Igrejas Batistas e não tem vínculo governamental. Entre os moradores, está uma família afegã. Se esforçando para falar o português, o refugiado, que está com a esposa e os filhos no Brasil há quatro meses, faz questão de elogiar o carinho recebido.
A ONG tem 72 casas para receber os refugiados, e além do acolhimento primário, oferece aulas de português, emissão de documentos, cuidados médicos, assessoria jurídica e acompanhamento socioassistencial. O aposentado Eduardo Fontes é um dos voluntários do projeto.
Esta não é a primeira vez em que a instituição recebe brasileiros que estavam na Faixa de Gaza. Nas duas primeiras missões de repatriação, em novembro e no início de dezembro, o projeto recebeu outras 20 pessoas. Não há prazo máximo para que os acolhidos fiquem no local. O espaço, em uma área rural, não pode ter a localização exata divulgada por motivos de segurança, explica a coordenadora da ONG.
A entidade tem parceria com o Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e recebe pedidos do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.