Profissionais que trabalharam na aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2023 na região de Campinas denunciam falta de pagamento pelo serviço prestado. São pelo menos 100 pessoas, entre fiscais e aplicadores, que estão no prejuízo, com valores a receber entre R$ 180 e R$ 1 mil.
Coordenadora de turma, Elizabeth Costa Jardim atua no Enem desde 2009, e diz que é a primeira vez que ocorre a falta do pagamento.
A aplicação do Enem ocorreu nos finais de semana de 5 e 12 de novembro de 2023. Segundo Elizabeth, algumas pessoas da equipe chegaram a pedir dinheiro emprestado para o transporte, e ainda não receberam os R$ 180 por dia.
Chefe de sala, Verônica Fogagnoli conta que teria de receber R$ 240 pelo trabalho, e que um grupo de pelo menos 50 pessoas já manifestou interesse em acionar a Justiça contra o Cebraspe e o Inep.
Já Elizabeth mandou vários e-mails, mensagens por celular, encaminhou a lista das pessoas que precisam receber, e pediu o reeembolso dos gastos do transporte da equipe. Foram mais de 10 mensagens, mas o pagamento ainda não foi realizado.
A Cebraspe, empresa responsável por contratar o pessoal que atuou no Enem, pediu prazo de 15 dias úteis após a segunda prova para realizar o pagamento, mas o prazo já venceu. A empresa foi procurada pela reportagem, mas não deu retorno.
Questionado, o Ministério da Educação encaminhou o pedido ao Inep, responsável pelo Enem, que confirmou que a Cebraspe venceu a licitação e explicou que a instituição só faz o pagamento após concluir o registro de frequência que é feito pelos coordenadores.
Em nota, o Inep destacou que apenas os estados da Bahia, Goiás, Maranhão e Pernambuco ainda estão em processamento. Questionado sobre a falta de pagamento aos funcionários no interior de São Paulo, o órgão não havia se manifestado até o fechamento desta reportagem.