A autônoma Kele Amauro é mãe do Rafael de 6 anos de idade. Há um ano ela deu entrada no Centro de Saúde do Jardim Paranapanema, em Campinas, para que o filho pudesse passar por uma consulta com um neuropediatra para conseguir o diagnóstico de TEA (Transtorno do Espectro Autista). Depois disso ela faz contato com os funcionários quase toda semana, mas até agora não teve uma resposta positiva.
A Kele se juntou a outras mães de crianças autistas pra que pudessem trocar informações sobre tratamento na rede púbica de saúde. Foi assim que ela conheceu Fernanda Conceição dos Santos, mãe da Emanuelly, de 4 anos.
Ao procurar o Centro de Saúde da região central ela diz que foi informada de que o tempo de espera pra uma consulta com o neuropediatra seria de quatro anos. Foi então que a família decidiu apertar o orçamento e fazer um plano de saúde. Mas os gastos não pararam por ai.
As mães se preocupam porque o tempo que os filhos ficam sem acompanhamento pode comprometer o desenvolvimento deles no futuro. E o receio delas é respaldado pelos profissionais especializados como explica a terapeuta ocupacional Bruna Cuel.
A prefeitura de Campinas rebateu a afirmação das mães de que haveria demora no tempo de espera para consulta com neuropediatra. A coordenadora da Atenção Básica Sara Sgobin, disse que as avaliações de crianças com autismo são feitas por uma equipe multidisciplinar e não apenas por um profissional.
O município disse ainda que no fim do ano passado reviu a lista de espera priorizando casos mais graves.