Mesmo com o manejo de árvores nos principais parques de Campinas, a cidade ainda apresenta os mesmos problemas que causaram mortes nos últimos anos, de acordo com a presidente do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema), Maria Helena.
Em entrevista à CBN Campinas, a especialista defendeu que é impossível o poder público ter fiscalizado todas as árvores necessárias. Segundo ela, o Departamento de Parques e Jardins, junto com a empresa licitada, tem apenas sete técnicos para a cidade inteira.
Esse remanejamento das árvores aconteceu por conta da tragédia na Lagoa do Taquaral, quando a menina Isabela Fermino, de apenas sete anos, morreu após ser atingida por um eucalipto no parque. Na ocasião, uma jovem de 27 anos também ficou gravemente ferida após a queda da árvore. O caso completou um ano nesta semana.
Um mês antes, Guilherme da Silva Oliveira, de 36 anos, também morreu atingido por uma árvore. Parte de uma figueira branca de 35 metros que ficava no Bosque dos Jequitibás despencou e acertou o carro do técnico em eletrônica.
A partir dos acidentes, a cidade viveu um cenário de fechamento de parques e manejo com corte e poda de árvores. Foram 181 plantas extraídas no Taquaral e 98 no Bosque. Apesar dessa ação, a presidente do Comdema acredita que a avaliação feita pela prefeitura, em relação às podas, não foi efetiva, fazendo com que fossem cortadas mais árvores do que o necessário.
Em resposta aos pontos levantados pela presidente, o secretário municipal de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, afirmou que a baixa quantidade de técnicos é relativa. O secretário defendeu que, proporcionalmente, Campinas tem mais trabalhadores do que outras grandes cidades.
Segundo o secretário, uma licitação pública está sendo preparada para contratar um software que fará um levantamento de todas as árvores da cidade para que os técnicos possam fazer a avaliação. Porém, Paulella explica que, mesmo com novas tecnologias, algumas variáveis complicam o trabalho de precipitação das quedas dessas plantas.
No Taquaral, a administração municipal informou que iniciou efetivamente o reflorestamento no dia 19 de janeiro. No local, que tem aproximadamente 32 mil metros quadrados, estão sendo plantadas 510 árvores adultas.
As árvores foram plantadas por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que soma R$ 430 mil. Além disso, o Executivo vai implantar, dentro da Lagoa do Taquaral, uma biblioteca infantil com uma praça e dará o nome de Isabela Tibúrcio Fermino.
Já no Bosque dos Jequitibás, de acordo com a prefeitura, as árvores extraídas não eram nativas da flora da cidade. Para cada árvore extraída foram plantadas 25 em outras regiões da cidade e no bosque foram 50 novas árvores.