Geraldo Ferreira Costa Júnior é pai do Tiago, de 15 anos. O adolescente têm Distrofia de Duchenne, um distúrbio hereditário de fraqueza muscular progressiva, que geralmente afeta meninos. Hoje, ele precisa de uma cadeira de rodas para se locomover, e vai cursar o primeiro ano do Ensino Médio.
Para ir à escola, o jovem já conta com transporte adaptado. Também é usuário do PAI-Serviço, um programa municipal que realiza o transporte coletivo gratuito, porta a porta, de pessoas com restrição severa de mobilidade. Porém, só um agendamento diário é permitido, o que não atende todas as necessidade de locomoção de Tiago.
Para levar o filho à outras consultas médicas e tratamentos, o pai tentou contratar um táxi adaptado, mas conta que enfrenta dificuldades para encontrar o serviço especializado em Campinas.
Os táxis adaptados são veículos que passam por alterações para receber pessoas com deficiência, de mobilidade reduzida e dificuldade de locomoção, além dos idosos. As mudanças garantem a autonomia do usuário, que não precisa sair da cadeira de rodas; a segurança, pois possuem travas e barras de apoio; e mais conforto, com teto e portas altas.
Mas, o Tiago não tem acesso à essas adaptações em Campinas. A família usa o próprio veículo, que não tem espaço para a cadeira de rodas. Até acidentes já ocorrem na hora de transportar o adolescente da cadeira para o banco do carro.
A reportagem da CBN questionou a Emdec, responsável pelo trânsito na metrópole, sobre a oferta de táxis adaptados e o que é previsto na licitação com as empresas que prestam o serviço.
Em nota, e empresa confirmou que não existe nenhuma oferta de táxi adaptado em Campinas. Informou ainda que havia duas empresas cadastradas para esse serviço, com 10 carros cada uma, mas elas não tiveram a permissão renovada por apresentarem irregularidades.
A Emdec complementou que não há previsão para a abertura de um novo edital dos táxis acessíveis, e que está em contato com as empresas para que elas se regularizem e voltem a oferecer o serviço.