Além das 5 milhões de doses da vacina contra a dengue já entregues, o Brasil deve receber a ‘doação’ de outras 2 milhões. Esse número é insuficiente para imunizar todos os jovens entre 6 e 16 anos, grupo que será priorizado nesta primeira fase.
Como a aplicação é feita com duas doses, no máximo 3,5 milhões de pessoas serão vacinadas em 2024 no país.
Por conta disso, o pediatra, infectologista e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri, que integra a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunizações, defende que outros critérios sejam levados em consideração, como reduzir a vacinação para a mesma faixa etária da vacina contra o HPV, entre 9 e 14 anos.
Dentro dessa faixa etária, ainda será definido um grupo prioritário. Como ainda não há essa designação do Ministério da Saúde, as doses devem ser distribuídas, primeiro, para as regiões onde estão as maiores taxas de transmissão da dengue.
Outra dúvida que ainda existe é se quem teve dengue também deve ter prioridade na vacinação. Para o infectologista, ainda não há exatamente uma resposta se essas pessoas serão incluídas na imunização ou não, já que, nem sempre, o diagnóstico foi confirmado.
A definição sobre por qual faixa etária e grupo a vacinação começará, além da quantidade de doses a ser distribuída aos estados, será tomada na semana que vem, em uma reunião marcada para quinta-feira, 25. Já a previsão de início da campanha de vacinação é em fevereiro deste ano.
Em 2023, foram 1,6 milhão de casos de dengue e 1.094 mortes em todo o país. Em Campinas, no mesmo período, foram 11.138 casos e três óbitos. Apesar de apresentar essa baixa quantidade de doses, o Brasil é o primeiro país no mundo a oferecer o imunizante na rede pública.