Vítima de líder espiritual descreve abuso e diz que ele se utilizava da fé das mulheres

Wesley Justino/EPTV

Quatro vítimas foram ouvidas nesta quarta-feira (17) pra denunciar o líder espiritual de Socorro preso por abuso sexual. Duas mulheres ainda devem ser ouvidas nesta quinta-feira (18). Até agora 14 vítimas já procuraram a polícia para denunciar os abusos. Segundo a delegada pelo menos mais 15 já foram localizadas.

Uma das vítimas aceitou relatar ao jornalismo da EPTV como foram esses abusos sofridos nas mãos do homem de 49 anos que trabalhava como chefe de radiologia na Santa Casa da cidade e se apresentava como líder espiritual.

A mulher inicialmente sentiu confiança no homem porque eles tinham a mesma religião, entretanto, começou a desconfiar quando ele pediu que ela tirasse o sutiã.

De acordo com a delegada responsável pela investigação, muitas mulheres ainda tem vergonha de denunciar os crimes por conta do preconceito e do machismo. Leise Silva Neves acredita que mais vítimas possam surgir com a divulgação do caso.

A prefeitura de Socorro criou uma rede de apoio pra atender esse caso e orienta que as vítimas procurem a delegacia da cidade. A unidade da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Socorro também está acompanhando o caso. A presidente da Comissão de Combate à Violência Contra a Mulher, Jéssica Toledo, disse que o homem agia sempre da mesma forma, de modo a arranjar um jeito de fazer com que as vítimas tirassem a roupa.

O inquérito policial contra o líder espiritual investiga se ele cometeu quatro crimes: Estupro, Violação sexual mediante fraude, Exercício irregular da profissão e Curandeirismo.

Em nota, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Socorro se mostrou surpresa com os acontecimentos e informou que não tinha conhecimento sobre os casos de abuso sexual supostamente cometidos por ele. 

Os advogados do templo informaram que não tiveram acesso aos autos do inquérito policial. O espaço e seus representantes legais negam qualquer participação nos crimes que estão sendo apurados e afirmam que se solidarizaram com as vítimas “se comprometendo a auxiliar a autoridade policial na apuração dos fatos”.

O advogado Ricardo Rafael, que patrocina a defesa do investigado informa que não se manifestará sobre o mérito do caso, uma vez que os autos se encontram em segredo de Justiça, e que no momento oportuno demonstrará toda a improcedência acusatória.

A respeito da prisão preventiva decretada, a defesa informou que, respeita a decisão, mas irá recorrer.

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