Aumento do ICMS faz consumidores temerem ‘efeito cascata’ em produtos e serviços

Guilherme Leal/CBN Campinas

A hora do almoço é o momento do dia mais movimentado no estabelecimento em que a dona Ivani Bueno trabalha ao lado do filho. A marmitaria da família em Campinas fica cheia de clientes no salão e de pedidos via internet e aplicativos.

Pra dar conta de tudo eles precisam de muita comida e também dos entregadores que levam as refeições. O problema é que com o aumento do ICMS sobre a gasolina as despesas com os trabalhadores vão aumentar assim como os custos de produção.

E não vai ser só sobre a gasolina, os preços do diesel e do botijão de gás ficam mais caros a partir desta quinta-feira (1º). O motivo é o início da validade de novas alíquotas do ICMS aprovadas pelos governos estaduais em outubro.

O ICMS da gasolina aumentou R$ 0,15 para R$ 1,37. No diesel a alta foi de R$ 0,12 passando pra R$ 1,06 por litro. Já a alíquota do gás de cozinha foi definida em R$ 1,41 por quilo, aumento de R$ 0,16 em relação ao vigente atualmente.

Em Campinas, nas primeiras horas desta quinta-feira os postos de combustíveis estavam lotados de motoristas que tentaram aproveitar os preços antigos. Dos cinco estabelecimentos visitados pela reportagem dois já tinham reajustado o litro da gasolina em R$ 0,10 se comparado a semana passada.

Já as revendas de gás de cozinha ainda mantiveram os preços. Em média o botijão de 13 quilos era encontrado a R$ 95,00. De acordo com a comerciante Antônia Tavares, responsável por uma revenda em Campinas, o valor repassado aos consumidores de ficar entre R$ 5,00 e R$ 8,00.

E o que preocupa os clientes é o fato de que esse tipo de aumento impacta em vários produtos, como lembra a dona de casa Dirce Silva.

Em nota a Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de SP disse que as alíquotas do ICMS incidentes sobre os combustíveis são iguais em todo o país, foram definidas por lei em 2022 e que devem passar por revisão anualmente.

 A ANP (Agência Nacional do Petróleo) disse que os preços não são tabelados e que o mercado tem poder de regular os valores e que também não interfere nos percentuais de impostos estaduais.

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