“BRT à Prova”: Testamos e ouvimos as reclamações e dúvidas dos usuários do BRT Ouro Verde

Após tirar à prova as novas linhas do BRT Campo Grande, agora foi a vez de testar o BRT Ouro Verde.
Foto: Enzo Urnhani/CBN Campinas

LINHA CONVENCIONAL 131:

Nossa primeira rota foi a linha convencional 131, uma das mais movimentadas da cidade. Ela carrega mais de 115 mil pessoas por mês, e é a principal ligação do Vida Nova com o Centro.

O embarque foi na Avenida Moraes Salles, em frente à base centro da Guarda Municipal de Campinas, às 15h13 após oito minutos de espera. Poucas pessoas subiram no ônibus, cerca de cinco passageiros. E assim foi durante grande parte da viagem. O que, de acordo com alguns passageiros, não é algo comum para a linha.

Mesmo com um número baixo de pessoas no ônibus, o que não faltou foram reclamações em relação a linha. E a principal delas é a falta de ônibus circulando, o que acaba aumentando a demanda e fazendo com que o tempo fique ainda maior.

A CBN Campinas apurou que, no dia 05, dos 12 carros que são previstos para rodar na linha 131, sete eram convencionais e cinco articulados. A linha deveria operar apenas com veículos articulados, mesmo com uma ‘permissão’ da Emdec para que carros menores pudessem ser usados.

Além das condições ruins do veículo que nós embarcamos, que fazia muito barulho e balançava bastante por conta do estado de conservação, outro grande problema é o calor, já que essa frota não conta com ar-condicionado.

Após passar em frente ao Terminal Campos Elíseos, às 15h45, a viagem terminou às 16h10 no Terminal Vida Nova. Ou seja, praticamente uma hora para fazer o trajeto, sendo que poucas pessoas embarcaram no ônibus e pouco trânsito foi registrado. Algo que, como reforçaram os usuários, é difícil de acontecer.

Desde o dia 26 de janeiro, os usuários do transporte público tem a opção de usar a BRT11, mas ela não para em muitos pontos importantes do caminho, como entre o Terminal Ouro Verde e o Jardim Marajó.

Porém, além de ter poucos veículos circulando, eles não param em muitos pontos importantes do caminho, como entre o Terminal Ouro Verde e o Jardim Marajó.

BRT 11:

Na nossa segunda viagem fomos novamente até o Terminal Vida Nova, porém, dessa vez utilizamos o BRT11, ao invés da linha convencional 131, para comparar o trajeto feito pelos dois.

Desde o dia 26 de janeiro, os usuários do transporte público têm a opção de usar a BRT11. Por ser uma linha nova, muitas pessoas ainda estão habituadas a utilizar ou não sabem como funciona.

Diferente da linha 131, que embarcamos na Avenida Moraes Salles, o embarque foi no Terminal Central, às 15h17 desta terça-feira, após apenas quatro minutos de espera. Em relação a lotação, apesar do ônibus ser bastante espaçoso, apenas quatro pessoas subiram no veículo, que teve um pico de 10 a 12 passageiros durante todo o trajeto.

O BRT passa duas vezes pelo Terminal Central e uma vez pelo Terminal Mercado, o que acaba aumentando o tempo de viagem. Por conta da falta de demanda nesses pontos, alguns passageiros acreditam que essas voltas são desnecessárias.

Essas paradas são reclamações recorrentes dos usuários. No Terminal Mercado, cinco pessoas embarcaram. Já na segunda volta pelo Terminal Central, apenas um passageiro subiu no ônibus.

O primeiro ponto a ser notado em relação às condições do veículo é de que não se tratava de um ônibus novo. O veículo era azul, o que acaba confundindo um pouco parte da população, que tem a mesma cor da linha convencional. Além de um velho problema: a falta de ar condicionado. O que deixa ainda pior a experiência de quem precisa utilizar o transporte público.

Nossa viagem terminou às 16h14 no Terminal Vida Nova. Nós demoramos 57 minutos para fazer o trajeto. Ou seja, exatamente o mesmo tempo de quando pegamos a linha 131 saindo da Av. Moraes Sales com o mesmo destino final. Apesar do número alto de críticas, algumas pessoas já estão se adaptando.

LINHA CONVENCIONAL 121

Na nossa penúltima viagem voltamos a utilizar a linha convencional. Dessa vez, a linha 121. Diferente do BRT11 e da linha 131, que o destino final foi o Terminal Vida Nova, agora nossa última parada foi no Terminal Ouro Verde.

A linha 121 é a principal ligação do Terminal Ouro Verde ao Centro, mas está passando por um processo de redução de frota, como maneira de incentivar o uso da BRT10. Por conta dessa diminuição, os veículos passam de meia em meia hora.

Para pegar essa linha embarcamos mais uma vez na Avenida Moraes Salles, em frente a Base Centro da Guarda Municipal. Chegamos às 15h27 e entramos no veículo, com mais 16 pessoas, às 15h34. Apesar de ser articulado, mais uma vez o ônibus era antigo e sem ar condicionado.

Esse foi o primeiro veículo que pegamos em que praticamente todos os assentos foram preenchidos durante boa parte da viagem. E essa é a maior reclamação em relação a linha 121.

Foi nessa viagem que também pegamos pela primeira vez um trânsito mais intenso. Foi na Av. Anchieta, próximo a Prefeitura Municipal de Campinas, por conta de um obra que estava sendo realizada na via. Apesar desses problemas, de modo geral, poucas reclamações foram feitas em relação a 121.

Nossa viagem terminou às 16h28 no Terminal Ouro Verde. Nós demoramos 54 minutos para fazer o trajeto. Apesar do Terminal Ouro Verde ser mais próximo que o Terminal Vida, nós chegamos com apenas três minutos de diferença. A grande quantidade de paradas, por conta da quantidade de pessoas no veículo, e o trânsito foram os motivos para essa demora.

Em relação ao BRT10, grande parte das pessoas que estavam no ônibus já testaram e aprovaram. Eles acreditam que a viagem utilizando o BRT seja mais rápida, mas por conta do tempo de espera no terminal, às vezes ela pega a linha convencional.

BRT 10

Após utilizar a linha convencional 121, na nossa última viagem utilizamos o BRT10 com destino final o Terminal Ouro Verde. Esta é a linha que está substituindo a 121, e passou a funcionar no dia 31 de março de 2023. Porém, só começou a passar no Corredor Central em dezembro do ano passado.

Nós chegamos no Terminal Central às 15h18 e embarcamos no ônibus às 15h20. Um número bem elevado de pessoas também subiram no veículo que já estava cheio. Mais uma vez, apesar de ser articulado, o ônibus era antigo e sem ar condicionado.

Todos os assentos foram preenchidos durante boa parte da viagem e foi necessário ficar em pé durante todo o trajeto. Apesar desses problemas, o BRT10 é bem visto por parte da população, principalmente por essa parcela já estar acostumada com a linha.

Nossa viagem terminou às 15h52 no Terminal Ouro Verde. Nós demoramos 32 minutos para fazer o trajeto. De longe a viagem mais rápida que fizemos desde o momento em que começamos a testar o transporte público. Porém, algo pode fazer com que cause um pouco de confusão.

O ônibus passa duas vezes no Terminal Central antes de seguir para o Ouro Verde, assim como é o BRT11. Durante essa semana, pegamos o veículo indo para o Centro. Mas, dessa vez, embarcamos na segunda passagem pelo terminal, o que fez com que a viagem fosse mais rápida.

Apesar da maioria das pessoas estarem gostando do serviço, existem aqueles que já não aprovam. Em alguns casos, utilizar o BRT ou a linha convencional acaba dando na mesma.

Após passar a semana tirando à prova o BRT Ouro Verde, podemos dizer, em resumo, que a população ainda está dividida e começando a conhecer essa nova modalidade de transporte público. E, claro, sempre buscando melhorias para quem precisa diariamente utilizar os ônibus na cidade de Campinas.

RESPOSTA DA EMDEC

Em entrevista a CBN Campinas, o presidente da Emdec, Vinicius Riverete, respondeu as dúvidas e as reclamações da população em relação ao BRT Ouro Verde.

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