Clínicas particulares têm alta procura por vacina da dengue e imunizante pode faltar

Foto: Reprodução EPTV

As clínicas de vacinas de Campinas já enfrentam dificuldades com relação à vacina contra a dengue, a Qdenga. A Takeda, laboratório responsável pela fabricação da vacina, que passou a ser distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS), informou que está priorizando atender aos pedidos do Ministério da Saúde para promover o acesso da população à vacina contra a dengue de forma integral e gratuita.

Com isso, a empresa não está disponível para firmar contratos com estados e municípios para o fornecimento da vacina, e afirma que atenderá apenas compromissos com cidades já firmados anteriormente à incoporação da vacina pelo SUS.

Além disso, a empresa informa que o fornecimento do imunizante no mercado privado passa a ser limitado somente a atender as necessidades de quem precisa tomar a segunda dose do imunizante, após já ter recebido a primeira das duas doses na rede privada.

E essa situação já tem reflexos nas clínicas de vacina de Campinas. Segundo levantamento da EPTV, de 13 clínicas contactadas, 3 não tem mais estoque da vacina, 4 estão com o estoque baixo, e 6 estão com lista de espera entre 20 e 30 pessoas.

A Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC) confirma que a busca pela Qdenga vem aumentando a cada mês nas clínicas. Em todo o país foram aplicadas quase 2 mil doses em novembro, e 2.340 em dezembro de 2023; Já em janeiro foram quase 5 mil.

O médico pediatra César Sangede diz que a procura pela vacina cresceu muito nos últimos meses e a aceitação tão positiva fez com que houvesse um aumento de 78% na procura em dezembro do ano passado. O problema é que pode faltar vacina nas clínicas.

O profissional explica que quando as pessoas não tomam as duas doses na mesma clínica isso afeta os estoques.

A Takeda informou que garante a entrega de 6,6 milhões de doses neste ano, e que tem previsão de 9 milhões de doses para o ano que vem. A empresa afirma ainda que, em paralelo, busca alternativas para aumentar o número de doses disponíveis no país.

Além da Qdenga, há também no Brasil a Dengvaxia, do laboratório Sanofi, que é aplicada em três doses, com intervalo de seis meses. Ambas são atenuadas e previnem a infecção causada pelos quatro sorotipos do vírus.

*Com informações de Jorge Talmon/EPTV

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