A vacina contra a dengue desenvolvida pelo Butantan tem eficácia de 79,6%, de acordo com estudo publicado nesta quinta-feira (1). Os primeiros resultados da fase 3 do ensaio clínico foram divulgados pelo instituto, do Governo do Estado de São Paulo, em uma revista científica internacional.
Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan e investigador principal da vacina contra a dengue, afirmou em entrevista à CBN que o imunizante tem uma vantagem importante em relação a outros disponíveis no mercado: mostrou alto perfil de segurança e eficácia em pessoas com e sem exposição prévia ao vírus.
Para o pesquisador, o resultado traz uma nova perspectiva no combate a dengue em meio ao aumento de casos no Brasil. Além disso, a divulgação do estudo fortalece a possibilidade de aprovação da vacina pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A eficácia do imunizante foi analisada ao longo de dois anos com mais de 16 mil voluntários de todo o Brasil, com idades de 2 a 59 anos. Durante esse período, foram notificados apenas alguns casos de dengue entre os participantes.
A proteção foi observada em todas as faixas etárias – a maior, de 90%, em adultos de 18 a 59 anos. O pesquisador afirma que a ideia é expandir os testes para idosos e outros grupos.
A vacina do Butantan foi desenvolvida para proteger contra os quatro sorotipos da dengue. Como durante o estudo circularam apenas os vírus 1 e 2 no Brasil, até o momento, foi possível comprovar eficácia de 89,5% para ambos os tipos.
A maioria das reações adversas foi classificada como leve a moderada. As principais foram dor e vermelhidão no local da injeção, dor de cabeça e fadiga. A tecnologia da vacina da dengue foi licenciada para o Instituto Butantan em 2009, pelo Instituto Nacional de Saúde Americano (NIH).