Com mais de 32 mil casos de dengue desde o início do ano, Campinas vive a terceira maior epidemia da doença na série histórica, que começou a ser contabilizada desde 1998, e estuda novas estratégias para combater esse problema.
A cidade avalia utilizar mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia para evitar a proliferação da dengue. A Wolbachia é uma bactéria presente em cerca de 60% dos insetos na natureza, mas ausente no Aedes aegypti.
Os mosquitos que carregam essa bactéria têm a capacidade reduzida de transmitir os vírus para as pessoas, diminuindo o risco de surtos de dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
A medida foi discutida durante um encontro do prefeito, Dário Saadi, e representantes da Saúde com uma comitiva do Ministério da Saúde. Segundo o coordenador do Programa de Arboviroses da Prefeitura de Campinas, Fausto de Almeida Marinho Neto, o Ministério agora vai avaliar se a cidade pode fazer parte dessa ação.
Os mosquitos e as bactérias não sofrem nenhum tipo de alteração genética. E essa ação já é realidade em cidades nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Em Niterói, por exemplo, a cidade mantém níveis baixos da doença. Essa ação acontece desde 2015 e, em 2023, o município tornou-se o primeiro no Brasil com 100% do território coberto pelo método.
De acordo com dados divulgados pela Secretaria de Saúde de Niterói, os números apontam a redução de cerca de 70% dos casos de dengue, 60% de chikungunya e 40% de zika nas áreas onde houve a intervenção entomológica.
Os casos foram caindo ano a ano. Em 2015, ano da implantação do projeto, foram confirmados 158 casos de dengue em Niterói. No ano passado foram confirmados 55 casos de dengue na cidade.