Famílias às margens da Miguel Melhado vivem drama com duplicação da rodovia

Foto: Thayla Ramos/ Arquivo CBN

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) suspendeu a construção de uma passagem inferior de veículos e de pedestres na Rodovia Miguel Melhado de Campos (SP-324), em Campinas. A etapa faz parte da duplicação da rodovia.

Segundo a companhia, responsável por fiscalizar a obra, a paralisação será mantida até que o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) comprove a realocação das famílias impactadas com o avanço das obras. A suspensão ocorreu exatamente na passagem 1, que será construída a cerca de um quilômetro da saída para a pista que dá acesso ao Aeroporto Internacional de Viracopos.

Em nota, o DER afirmou que iniciou um cadastro socioeconômico para identificar a população dentro da faixa de domínio da rodovia. Além disso, defende que desde o início das obras, ofereceu aluguel social para as 116 famílias que moram nas áreas ocupadas de forma irregular.

Com a ampliação do trecho, todos os imóveis na área de construção devem ser demolidos. O auxílio será de R$ 605 mensais para quem sair do local. Os moradores, porém, consideram o valor muito baixo.
José Aparecido dos Santos, representante dos moradores do Jardim Campo Belo, afirma que as famílias estão em terrenos comprados há mais de 30 anos.

A dona de casa Maria Nunes mora às margens da rodovia. Há um ano, ela demoliu um cômodo que estava na faixa de domínio do DER, colocou a cama na cozinha e, agora, ficou sabendo que a casa toda terá que ser demolida por conta da duplicação

Quem também mora na área é a dona de casa Leda Maria Lacerda, em imóvel comprado em 2014. Ela não sabia que a construção era irregular.

Outros bairros afetados são Jardim São Domingos, Jardim Marisa e Cidade Singer. A área de domínio do DER abrange 25 metros à esquerda e outros 25 à direita da faixa amarela no meio da rodovia. Por isso, qualquer imóvel construído nesse trecho é considerado irregular, sem necessidade de processo de desapropriação.

Segundo o DER, o aluguel social foi oferecido às famílias desde o início das obras. Os moradores, porém, esperam que o valor seja revisto.

Para os comerciantes, foi sugerida a transferência para trecho do antigo traçado da Rodovia Santos Dumont, que pertence ao departamento.

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