O aumento no número de apreensões de agrotóxicos ilegais no país têm preocupado autoridades e especialistas. Em 2023, apenas a Polícia Federal deteve 575 toneladas no mercado ilegal. O número representa quase 180% a mais do que em 2022.
Em Americana, na região, uma grande operação foi registrada no período de 2023. A Polícia Civil, fiscais do Ibama e do Ministério da Agricultura e Pecuária encontraram um depósito com 75 toneladas de agrotóxicos que haviam entrado ilegalmente no Brasil. Um deles, era banido no país desde 2021. A carga avaliada em R$ 43 milhões seria vendida a produtores rurais no Estado de São Paulo e no Mato Grosso.
Adriano Mellega, promotor de Justiça do Estado de São Paulo, diz que a região chama a atenção por sediar muitas organizações criminosas. O que contribui para o início das investigações.
O comércio desses produtos tem como principal atrativo o preço inferir aos dos defensivos produzidos e vendidos dentro dos padrões da Lei dos Agrotóxicos.
O Ministério da Agricultura informou que não tem uma estimativa sobre a proporção do mercado ilegal. A indústria de agroquímicos calcula que gire em torno de 20 a 25%.
Nilton Mendes, gerente de comitê de combate a produtos ilegais da CropLife Brasil, explica os riscos destes produtos aos consumidores.
A fiscalização exige a participação de várias entidades no controle, como Polícias Civil, Militar e Ministério da Agricultura. O promotor de justiça, Adriano Mellega, ainda explica sobre as penalidades previstas para o crime.
A Anvisa reforça que agrotóxicos irregulares não oferecem garantias de segurança para o trabalhador e meio ambiente.
Já o Ibama diz que produtos ilegais e provenientes de contrabando não passam por avaliações de eficácia, viabilidade agronômica, impactos ambientais e à saúde humana, diante disso, seus impactos são incertos.
O Ministério da Agricultura afirma que vem atuando contra o mercado ilegal e que em 2023 realizou 35 operações com apreensões de agrotóxicos, fertilizantes, sementes, e outros produtos.