Desenrola pode ajudar MEIs endividados, mas empréstimos demandam cuidado

O Governo Federal lançou nesta semana uma série de ações voltadas para as micro e pequenas empresas, como o “Desenrola Pequenos Negócios”, que tem como público-alvo os MEI (Microempreenderores Individuais), as microempresas e as pequenas empresas com faturamento bruto anual até R$ 4,8 milhões e que estão inadimplentes, com dívidas bancárias.

A inspiração vem do Desenrola Brasil, que foca pessoas físicas com CPF negativado. Segundo o Serasa Experian, cerca de 6,3 milhões micro e pequenas empresas registraram inadimplência em janeiro deste ano, sendo que 2 milhões dessas empresas estão localizadas no estado de São Paulo. Em Campinas são 50.814 empresas inadimplentes também segundo a Serasa Experian, com dívidas que somadas chegam a quase R$ 1,4 bilhão.

O Consultor de Negócios do Sebrae-SP, Eduardo Sene, destaca que dívidas constituem um dos principais motivos de encerramento de MEIs. “Concentração da causa da mortalidade de empresas é sim uma gestão financeira deficiente, não controlar seus custos, não saber formar preço, não administrar bem o seu fluxo de caixa, e aí isso vai gerando o endividamento, vai aumentando, pegam um empréstimo, pega um crédito pra cobrir uma deficiência, não entra no equilíbrio financeiro, tem que recorrer novamente ao crédito e aí o endividamento vai aumentando e isso vai inviabilizando o negócio.”

A expectativa do governo é de que as renegociações feitas pelo programa tenham juros abaixo dos praticados no mercado, facilitando principalmente o pagamento de dívidas bancárias.

O consultor do Sebrae destaca o cuidado necessário ao se obter empréstimos tanto para investimentos quanto para quitar dívidas, de forma que isso não gere novas dívidas, ainda maiores, que inviabilizem a continuidade dos negócios. “Deve pesquisar várias opções de linhas de crédito em várias instituições financeiras pra ver exatamente a melhor negociação. Quais são as condições desse crédito, prazo, carência, as taxas que incidem também pra entender o custo efetivo? Uma pesquisa em várias instituições é sempre recomendado.”

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